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O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Friday, October 28, 2005

Álcool combustível: ignorância dos dois lados

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Uma coisa é questionar a ingerência ambientalista no caso da produção de álcool combustível, outra bem diferente é o questionamento à política de subsídios acertada só na medida em que a carga tributária é alta.
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Impressionante ver que representantes da dita 'direita' brasileira como o texto abaixo demonstra são tão cegos quanto a chamada 'esquerda' ao questionar o que chamam, ignorantemente, de 'neoliberalismo'.
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O fato é que 'direita' e 'esquerda' no Brasil são ambas ESTATISTAS. A ditadura militar brasileira teria sido tão diferente quanto os neoesquerdistas do PT?
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Gostaria que me provassem como um país com quase 40% de tributos é, de alguma forma, liberal?!

a.h


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Álcool brasileiro no radar do WWF

Rio, 22/ago/05 – Nos informa o jornal Estado de São Paulo que o importante setor sucroalcooleiro brasileiro deverá ser alvo de uma inusitada investida crítica do Banco Mundial por meio de um relatório da instituição, a ser apresentado em setembro próximo na Índia, afirmando sem meias palavras que o uso do álcool como combustível no Brasil nos últimos 30 anos, desde o início do Proálcool, só deu certo por causa da concessão de subsídios, o que ocorreria até hoje, pelo desrespeito a questões ambientais, fundiárias e trabalhistas.
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O documento foi elaborado pelo Grupo Temático para a Qualidade do Ar do Banco Mundial e deveria ser confidencial mas, em julho passado, o governo brasileiro tomou conhecimento do teor das críticas e o estudo vazou.
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O Estadão teve acesso ao pré-relatório com 125 páginas que diz em um de seus trechos: “Se o governo brasileiro deixasse a indústria de bioetanol operar sem o suporte governamental por um bom tempo, tanto em períodos de alta como de baixa seria uma inestimável contribuição informativa para outros países que pensam em adotar programas de biocombustíveis" e, adiante, que "Questões fiscais à parte, outras conseqüências negativas do programa incluem a exacerbação dos problemas trabalhistas, contaminação hídrica e atmosférica pela queimada de resíduos e a competição com outros produtos agrícolas e alimentares". [1]
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Tanto o governo brasileiro quanto representantes empresariais do setor estão se movendo para reverter ou amenizar o teor final do documento antes da sua divulgação. Os usineiros, temendo a repercussão negativa do documento no atual cenário de crescimento de exportações e do mercado mundial do álcool, contrataram, por meio da Única (União da Agroindústria Canavieira), um estudo contestatório assinados por especialistas da área. Há duas semanas, uma comitiva brasileira se reuniu na sede do Banco Mundial em Washington (EUA); segundo a Única, a reunião foi boa e houve um entendimento de que os autores do esboço tinham pouca informação sobre o programa do álcool brasileiro.
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Até mesmo o secretário paulista do Meio Ambiente, José Goldemberg, disse que cada ponto do relatório será rebatido, e tem a impressão de que os autores "se basearam em relatos obsoletos para obterem as informações": "Há uma interpretação maligna, sustentada pelo lobby do petróleo, uma neoliberal, baseada na política de subsídios que o Banco Mundial sempre condenou, mas eu acho que há mesmo um forte componente de ignorância”, disse ele.
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Contudo, seria prudente que setor sucroalcooleiro brasileiro colocasse suas barbas de molho. Por uma estranha coincidência, o WWF e a International Finance Corporation (IFC), um dos braços do Banco Mundial, patrocinaram uma reunião em 23-24 de junho passado realizada emblematicamente na sede londrina da empresa Tate & Lyle, líder mundial da produção de açúcar, e segundo as regras da famosa Chatham House, cujo propósito declarado foi identificar os principais impactos ambientais e sociais da produção de cana de açúcar bem como discutir a “melhor maneira” para enfrentá-los, eufemismo para designar a campanha “socioambiental” a ser desencadeada contra o setor.
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O modelo proposto para ser adotado na campanha é o mesmo que vem sendo utilizado para a produção de soja na “Amazônia”, ou seja, imposições de selos “socioambientais” contemplando exigências ambientais, questões fundiárias, trabalho “escravo”, direitos indígenas, etc. O modelo, por sinal, tem o pomposo nome de Better Management Practices (BMPs). [2]
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Não surpreende, portanto, que o governador Zeca do PT, de Mato Grosso do Sul, esteja encontrando tanta dificuldades em aprovar um projeto de lei na Assembléia Legislativa para permitir a instalação no entorno do Pantanal de usinas de álcool e de açúcar. Essa é a terceira tentativa de Zeca, em dois anos, de mudar a lei. [3] A intenção do governo é ampliar as nove usinas já existentes no Estado e instalar ao menos outras cinco até 2010, com um investimento previsto de R$ 1,1 bilhão, mas conta com a oposição ferrenha do aparato ambientalista comandado, no caso, pela Coalizão Rios Vivos, um aglomerado de ONGs fundado sob os auspícios do WWF em 1994 para impedir a implantação da hidrovia Paraguai-Paraná. [050822a]
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[1]"Governo rebaterá críticas do Banco Mundial ao Proálcool", Agência Estado, 19/08/05

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[2] "Better Sugar Meeting", Sugar Quay, London, 23/24 June 2005, WWF

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[3]"Governador de MS quer liberar usina perto do Pantanal", Folha de São Paulo, 22/08/05

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http://www.alerta.inf.br/08_2005/050822a.htm
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