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Estatização boliviana
01/05/2006 - 14h24
Exército ocupa campos de petróleo e gás na Bolívia
da Folha Onlineda France Presse, em La PazO presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou nesta segunda-feira a nacionalização da exploração de petróleo e gás, e ordenou a ocupação dos campos de produção das empresas estrangeiras no país, entre elas a estatal brasileira Petrobras.
Além da Petrobras, operam na Bolívia as petrolíferas Repsol YPF (Espanha e Argentina), British Gas e British Petroleum (Reino Unido), Total (França), Dong Wong (Coréia) e Canadian Energy. A partir de hoje, elas ficam obrigadas a entregar as propriedades para a empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB), que assumirá a comercialização da produção, definindo condições, volumes e preços tanto para o mercado interno quanto para exportação.A Petrobras já injetou, desde 1996, US$ 1,5 bilhão na Bolívia, além de US$ 2 bilhões para trazer o gás ao Brasil. Ela explora os dois principais campos de gás do país --os quais já teriam sido ocupados pelo Exército boliviano hoje-- e tem duas refinarias, entre outros. É a maior empresa na Bolívia e responde por 15% do PIB do país."A hora chegou, o dia esperado, um dia histórico no qual a Bolívia retoma absoluto controle sobre nossos recursos naturais", discursou Morales. Ele disse que, com essa medida, serão resolvidos os problemas econômicos do país, porque serão gerados mais postos de trabalho.RegrasA YPFB tomará o controle dos campos de produção de petróleo e gás, enquanto as companhias estrangeiras que exploram os produtos deverão regularizar sua situação no país com novos contratos em um prazo de 180 dias. Aquelas que não aceitarem as novas normas de exploração e comercialização terão que deixar a Bolívia. Para garantir a continuidade de produção, a YPFB se responsabilizará pelas operações dos campos das companhias que discordarem.Pelo período de 180 dias de transição, 82% do valor da produção serão destinados ao governo e 18%, às companhias, "porcentagem que cobre os custos de operação e amortização de investimentos", segundo Morales. O ministério de Hidrocarbonetos determinará, caso a caso, os investimentos realizados pelas companhias e suas amortizações, custo de operação e rentabilidade obtida em cada campo. Os resultados dos estudos servirão como base para a YPFB determinar a participação definitiva das companhias nos novos contratos.Em La Paz, o vice-presidente Alvaro García Linera disse que "a partir de hoje, [as multinacionais] têm que entregar 82% do total da produção para os bolivianos e somente 18% para as empresas estrangeiras". "Antes [na década de 90], a Bolívia obtinha [com a exploração de gás] US$ 140 milhões. Com a nova lei [aprovada em maio de 2005 pelo Congresso], aumentamos para US$ 460 milhões, e hoje subimos para US$ 780 milhões no ano que vem", disse.A Bolívia, que atualmente produz 400 mil barris de petróleo por dia, é a nação mais pobre da América do Sul, sendo que a miséria afeta 70% da população. O país possui ainda reservas de 48,7 trilhões de pés cúbicos de gás, as segundas em importância do continente, depois das da Venezuela, que tem o triplo.OcupaçãoApós o anúncio da decisão, as tropas do Exército tomaram o controle dos campos bolivianos, segundo o Comando Geral do Exército da Bolívia. A medida "busca assegurar o funcionamento das estruturas de produção a fim de garantir o normal aprovisionamento de recursos energéticos para o cumprimento tanto de compromissos internacionais como para o abastecimento do mercado interno", informou um documento divulgado pelo Exército.O documento militar classificou a determinação do governo de nacionalizar os recursos energéticos como uma "nacionalização inteligente, o que deve levar as companhias petroleiras a um negociação sob termos de igualdade e justiça."Ex-dirigente do Movimento para o Socialismo (MAS) e líder dos produtores de coca, Evo Morales, o primeiro índio eleito à presidência da Bolívia, havia anunciado várias vezes sua intenção de nacionalizar o petróleo e o gás, uma exigência expressada várias vezes pela população indígena.Com agências internacionaisLeia mais
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http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u95485.shtml
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Siderúrgica EBX sai da Bolívia; novo destino será Brasil ou Paraguai
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O grupo EBX, do empresário brasileiro Eike Batista, ex-marido da modelo Luma de Oliveira, está deixando a Bolívia, depois que o presidente da nação vizinha, Evo Morales, acusou a companhia de operar ilegalmente e ameaçou, por meio da imprensa, expulsar a empresa do país.
Segundo Batista, além de uma siderúrgica, o grupo deixa de construir uma termelétrica, o que somaria investimentos em torno de US$ 450 milhões.
O executivo, que também atua em mineração no Brasil e no Chile, negou o descumprimento de leis para se instalar no país, justificando que já havia recebido a licença de construção e aguardava para 17 de março último a licença de operação do primeiro alto-forno para produção de ferro-gusa, que foi negada.
Ele alega que o projeto estipulava US$ 30 milhões em investimentos no meio ambiente e já havia iniciado a construção de um viveiro para plantio de 13 milhões de mudas, que estariam maduras em sete anos, para produção do carvão vegetal que alimentaria a usina.
Até lá, a usina compraria carvão vegetal produzido pela população, em uma área que, segundo ele, já era determinada pelo próprio governo boliviano para desmatamento.
O projeto da siderúrgica, estimado em US$ 150 milhões, consistia em quatro altos-fornos, dois já construídos, para produzir 800 mil toneladas de ferro-gusa (matéria-prima do aço) a partir de 2007. A partir deste final de semana, de acordo com Batista, será iniciada a desmontagem dos altos-fornos, que serão trazidos para o Brasil.
"As obras dos fornos 3 e 4 já foram suspensas. Vamos desmontar e trazer os fornos já construídos para algum Estado no Brasil que nos queira", informou o empresário, ressaltando que alguns candidatos são Amapá ou Mato Grosso, mas também pode ocorrer uma transferência para o Paraguai.
Batista creditou a reação de Morales, que assumiu o governo em janeiro, ao fato de o projeto ter como parceiros a família boliviana Monasterio, dona da zona franca onde a EBX se instalou. "Os Monasterio são inimigos número 1 de Morales", afirmou.
O empresário já havia investido US$ 60 milhões no local e empregava 900 bolivianos para a fase de construção. Para transpor os alto-fornos para o Brasil ou Paraguai, deverá gastar em torno dos US$ 20 milhões.
Térmicas
Além da siderúrgica, que teria mais duas fases -a construção de uma aciaria de US$ 180 milhões e uma usina de ferro esponja, com valor ainda não definido-, a EBX planejava construir uma térmica de 170 megawatts no lado boliviano e outra de 44 megawatts no lado brasileiro, a Termo Pantanal.
"Esse projeto também foi suspenso. Íamos ofertar essa energia no próximo leilão do governo brasileiro, no dia 12 de junho, mas não vamos mais", informou.
Nas térmicas, os desembolsos de Batista já alcançavam entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões, que não serão ressarcidos. "Nunca processei ninguém e não vai ser agora que vou começar."
Junto das futuras térmicas a EBX construiu um gasoduto que poderá ser arrendado por outras empresas, segundo ele, "que queiram assumir esse risco".
A Bolívia vem enfrentando uma queda-de-braço com empresas estrangeiras desde que o cocaleiro Morales assumiu o governo. A Petrobras, que já investiu US$ 1,5 bilhão, discute com o governo sobre as condições de operação no país, diante de planos de nacionalização das reservas de gás anunciadas por Morales.
(Por Denise Luna)
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Petrobras
Evo Morales
Eike Batista
EBX
http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/reuters/2006/04/25/ult29u47463.jhtm
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Então, meus 'camaradas', como se pode ver, esta é a triste sina da América Lat(r)ina que governo vai governo vem, déspota vai déspota vem, tudo que se sabe fazer é 'nacionalização', eufemismo não muito imaginativo para roubo.
Vamos ver quantos milhares de empregos o líder cocalero criará. Sem capacidade de gestão e com um reduzido mercado interno, quero só ver...
E assim vai, de populismo em populismo, o mesmo enredo sem criação, sem produtividade empresarial e sem lisura administrativa do setor público - quantas escolas e hospitais serão criados com os lucros (declinantes) das empresas 'nacionalizadas'??
a.h
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