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a.h

Friday, June 23, 2006

Energia nos EUA e oportunidades para o Brasil

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Estimular o uso do etanol para conter o preço dos combustíveis poderia ser muito bom para o Brasil. No entanto, não creio que tenhamos a capacidade de produção e exportação necessárias no momento. Além do mais, eles estão iniciando a produção do álcool a partir do milho.

Quem foi contra as possibilidades do álcool combustível no passado não imaginou como isto poderia ser vantajoso no futuro.

Mas, ainda há tempo.
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Petróleo caro
Senado aprova lei que dá incentivos a energias alternativas e a maior eficiência

EUA buscam opções energéticas
Tatiana Bautzer De Washington
Valor Econômico - 29/06/2005 - edicão nº 1291

O preço do petróleo em torno de US$ 60 incentivou o Congresso americano a tentar um acordo para aprovar nova legislação sobre energia, que trás incentivos ao uso de energia renovável. A grande divisão entre os diversos setores envolvidos impediu a aprovação dessa lei nos últimos anos. Mas a grande dependência dos EUA do petróleo importado, a instabilidade de países exportadores (especialmente Oriente Médio e Venezuela) e a escalada dos preços estão forçando um acordo sobre o assunto.

Ainda há diferenças em relação ao texto aprovado pela Câmara dos Deputados, mas os dois projetos têm em comum mais incentivos para produção de energia sem uso do petróleo (são créditos fiscais para produção de etanol e incentivos às montadoras para maior oferta de veículos híbridos).

A Câmara exige que as refinarias produzam 5 milhões de galões de combustíveis com fontes renováveis (principalmente etanol derivado do milho), e o projeto do Senado fala em 8 milhões de galões anuais. Também há incentivo para projetos de usinas termoelétricas com base em carvão, mas com uso de tecnologia de gaseificação para reduzir a poluição. O Senado aprovou o projeto por 85 votos a 12.

As principais diferenças entre os dois projetos de lei são relativas à exploração de petróleo em reservas ambientais no Alasca (a Câmara é favorável) e à proteção contra ações judiciais para fabricantes de um aditivo para gasolina que pode contaminar o ambiente. Grupos ambientais dizem que o produto MTBE contaminou fontes de água potável no país.

O Senado acabou aceitando a postura da Câmara em relação a limites de emissão de poluentes. Os dois projetos determinam que haja uma redução voluntária de emissões e não obrigatória. Os EUA não aderiram ao protocolo de Kyoto para redução de emissões por considerar que as medidas aumentariam os custos para empresas e poderiam prejudicar a atividade econômica. O presidente George Bush já pediu várias vezes ao Congresso que envie uma lei para sanção até agosto, e o líder do governo no Senado, Bill Frist, disse ontem que o projeto é "um passo à frente na política energética nacional".

As dificuldades na ocupação do Iraque e a crescente demanda por petróleo na China e na Índia têm mantido os preços em alta há mais de três anos. Recentemente, Bush disse que será necessário voltar a investir em energia nuclear, o que os EUA têm evitado desde meados dos anos 70. O projeto de lei cria créditos fiscais para energia produzida por fonte nuclear, com teto de US$ 125 milhões nos próximos 8 anos, e permite empréstimos para financiamento de novos projetos.

A relutância dos EUA em estimular o uso de energias alternativas nas últimas décadas está resultando, ironicamente, em problemas para as próprias companhias americanas. A Ford e a General Motors, por exemplo, vêm perdendo mercado de veículos nos últimos anos por concentrar sua produção em grandes caminhonetes com alto consumo de gasolina. Embora esse tipo de carro faça sucesso entre os consumidores, a escalada do preço da gasolina está estimulando a procura por veículos com menor consumo e maior eficiência.

Os EUA viram com surpresa a formação de listas de espera de consumidores para dois modelos de carros com alimentação híbrida, o Prius (híbrido de energia elétrica e gasolina), da Toyota, e o Escape, da Ford. Os EUA ainda não têm carros com motor "flex power" como no Brasil, nos quais o uso de gasolina é alternado com o de etanol. Mas a perspectiva é que o uso desse produto cresça, inicialmente em misturas com a gasolina.
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