.
Por Fabiana Futema, da Folha Online
Insatisfeita com a gestão pública da educação, parte do empresariado brasileiro decidiu colocar a mão na massa e criar ações para elevar o nível do ensino do país. Mais do que investir na qualidade e capacitação da mão-de-obra de suas próprias fábricas, o empresariado diz que aplicar em educação ajuda a acelerar o crescimento econômico e social do Brasil. “Se dependermos apenas do governo, não chegaremos lá. Estou aflito com o pouco crescimento do país”, disse Jorge Paulo Lemann, presidente da Fundação Lemann. Entre os pontos considerados críticos por Lemann está o baixo crescimento econômico do país, inferior à taxa média da América Latina e do mundo. “Se continuarmos assim, vamos perder a corrida da eficiência e da competência no mundo globalizado. Se não atacarmos o problema, nosso crescimento será inadequado.” O presidente da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter, disse que o “retorno social e econômico do investimento em educação é incomensurável”. Como exemplo, Gerdau mencionou que investir na capacitação de um professor reflete no ensino de pelo menos 40 alunos – referência à quantidade de estudantes por sala de aula. “Que investimento dá um retorno como esse? Investir em educação é o melhor investimento que se pode fazer.” No entanto, segundo Gerdau, educação e saúde – que seriam as duas áreas mais importantes – são as mais mal administradas. “Isso mostra a falta de inteligência da sociedade.” Para Gerdau, a culpa pela má qualidade da educação é da elite. “De qualquer elite: da elite econômica, social, acadêmica, política ou sindical. Falta indignação à sociedade.” Segundo ele, a construção da própria democracia depende da melhora da educação. “Só se constrói uma verdadeira democracia com igualdade de oportunidades. E essa igualdade se dá pela educação.” Lemann e Gerdau fazem parte de um grupo de cerca de 100 empresários que participam da conferência internacional Ações de Responsabilidade Social em Educação: Melhores Práticas na América Latina, que acontece até este sábado na Bahia.
24/06/2006
No comments:
Post a Comment