11/12/2006 - 22h22
Quatro regiões bolivianas aceleram processo de autonomia
da Folha Online
Os governadores e líderes civis de quatro regiões bolivianas convocaram uma Junta Autônoma Democrática (JADB) com o fim de desconectar-se do governo do presidente Evo Morales, que chamou, nesta segunda-feira, as Forças Armadas a defender a integridade territorial do país.
Os governadores Rubén Costas (Santa Cruz), Ernesto Suárez (Beni), Leopoldo Fernández (Pando) e Mario Cossío (Tarija), assim como os comitês cívicos destas quatro regiões, onde ganhou o "sim" em um referendo autonomista em julho, fundaram este mecanismo para buscar a "autonomia departamental plena".
A junta foi instalada em Santa Cruz, a província mais rica da Bolívia, onde, nos últimos dias, multiplicam-se os gritos de independência em meio à crise que desatou a disputa entre a oposição e o governo pelo controle da Constituinte, que trabalha de maneira tortuosa na cidade de Sucre.
A JADB ratificou uma convocação nas quatro regiões na última sexta-feira para tratar o tema da autonomia.
Em avisos publicados em todos os diários bolivianos, o governo denunciou que "alguns dirigentes radicais do Comitê Cívico de Santa Cruz e as autoridades dos governos estaduais vêm impulsionando um movimento que busca explicitamente o separatismo e a desintegração da pátria".
"O governo nacional alerta a opinião pública sobre estas atitudes sediciosas e deixa claro que, por mandato constitucional, está obrigado a defender a integridade de nossa querida Pátria."
Em um evento de graduação de 160 cadetes no Colégio Militar do Exército, Morales chamou, nesta segunda-feira, as Forças Armadas a defender a integridade territorial de "inimigos" que alimentam a secessão.
Morales considerou que nas condições nas quais governadores e organizações civis opositoras pedem a independência política e administrativa, a "autonomia já é uma traição à pátria".
Morales, cujo partido controla 51% da Constituinte, está de acordo com a implantação da autonomia nestas quatro regiões, porém sujeitas a uma escala de controle social que privilegie a vice-governadores e autoridades comunitárias.
O comandante em chefe das Forças Armadas de Bolívia, general Wilfredo Vargas, advertiu nesta segunda-feira que "na pátria não se toca, a pátria é de todos os bolivianos e é responsabilidade das Forças Armadas manter sua estabilidade e sua unidade territorial."
Enquanto isso, o embaixador norte-americano em La Paz, Philip Goldberg, afirmou que seu país está "acompanhando os eventos que estão ocorrendo aqui [na Bolívia] muito cuidadosamente".
Com France Presse
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Quando se diz que "autonomia já é uma traição à pátria" e o controle social via autoridades "comunitárias", que seriam melhor definidas como COMUNISTÁrias, a conclusão que se tira é que para um bom populista latino-americano, o centralismo é o meio adequado para o poder despótico. E "autoridades comunitárias", sem comentários...
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