Os palestinos se distribuem entre West Bank (Cisjordânia) e a Faixa de Gaza no território israelense. Ideologicamente, se dividem em grupos bastante heterogêneos, com o Setor Ocidental (Cisjordânia) controlado pela Aliança Nacional Palestina (ANP), a qual se subdivide em duas facções, o Fatah e o Hamas. O primeiro é, sem dúvida, o mais forte na Cisjordânia e controla as instituições da ANP. Pode-se dizer que o Fatah – na prática – controla o governo palestino oficial. Mesmo em Gaza, onde o Hamas é o grupo hegemônico, o Fatah se mantém com força na disputa.
O Fatah é um movimento secular, originário do esquerdismo árabe dos anos 60 e 70. O Hamas, por sua vez, é guiado por pressupostos religiosos de movimentos sunitas de fins dos 80 e 90. Exceto pela formação do estado palestino, suas visões de estado variam geograficamente. O Fatah mantém seus compromissos com o estado de Israel, o que deriva de certo temor pela expansão da hegemonia política do Hamas entre os palestinos. O Hamas, por sua vez, não tem preparo para um “compromisso geográfico”, isto é, de formação territorial de um estado palestino, exceto em bases temporárias. Estes dados já são suficientes para apontar quem Israel apóia. Não há possibilidade, por parte do estado israelense de travar acordos com aqueles que não aceitam seu direito à existência.
Um dado para contemporização desta relação de forças é que mesmo apresentando divisões internas, Israel não demonstra cisões tão profundas quanto os palestinos. Portanto, a análise do conflito árabe-israelense passa por uma guerra entre três grupos básicos, Israel, Fatah e Hamas, o que torna impossível um acordo definitivo de assentamento entre estas partes levando-se em consideração a crescente aliança entre Israel e Fatah contra o Hamas. O que resta são acordos parciais entre Israel e o Fatah, através da ANP. No entanto, isto não se torna suficiente para estabelecer um pacto interno aos palestinos, ainda mais com o Fatah não fazendo nenhum esforço em negociar com o Hamas. Igualmente, se o presidente palestino Mahmoud Abbas promovesse um amplo assentamento com apoio do Fatah não seria o mesmo que um acordo integral com os palestinos, mas somente com sua facção.
De sua parte, os israelenses têm sinalizado para esmagar lideranças do Hamas em Gaza. Nesta guerra de dissuasão ostensiva e, também psicológica, resta ao Hamas se preparar para operações de contra-insurgência em um ambiente politicamente inóspito. Reduzir a influência do Hamas num primeiro turno pode ser também o início de um processo que aponta para a anulação gradual do próprio Fatah, e de xiitas que apóiam o Hezbollah.
Para Israel pode ser uma vantagem alcançar um acordo de assentamentos com Mahmoud Abbas e lançar ataques em Gaza. O próprio Abbas pode ser o testa-de-ferro de um ataque decisivo ao Hamas, mas isto colocaria a ANP em dificuldades políticas. Por outro lado, os palestinos não mantêm ilusões que um ataque massivo em Gaza eliminaria por completo a capacidade militar do Hamas. Quanto mais mísseis lançados contra Israel, maior se torna a pressão para toda sorte de revides por parte de seu estado.
Realisticamente falando, assentamentos não conduzem, por si só, a nenhum processo de pacificação porque não há plano sustentável de assentamento sem operações de guerra. No horizonte, só se vislumbra a paralisia e uma guerra eliminaria a capacidade do Fatah de atingir seu propalado plano de partilha territorial.
O resto é conversa fiada.
O Fatah é um movimento secular, originário do esquerdismo árabe dos anos 60 e 70. O Hamas, por sua vez, é guiado por pressupostos religiosos de movimentos sunitas de fins dos 80 e 90. Exceto pela formação do estado palestino, suas visões de estado variam geograficamente. O Fatah mantém seus compromissos com o estado de Israel, o que deriva de certo temor pela expansão da hegemonia política do Hamas entre os palestinos. O Hamas, por sua vez, não tem preparo para um “compromisso geográfico”, isto é, de formação territorial de um estado palestino, exceto em bases temporárias. Estes dados já são suficientes para apontar quem Israel apóia. Não há possibilidade, por parte do estado israelense de travar acordos com aqueles que não aceitam seu direito à existência.
Um dado para contemporização desta relação de forças é que mesmo apresentando divisões internas, Israel não demonstra cisões tão profundas quanto os palestinos. Portanto, a análise do conflito árabe-israelense passa por uma guerra entre três grupos básicos, Israel, Fatah e Hamas, o que torna impossível um acordo definitivo de assentamento entre estas partes levando-se em consideração a crescente aliança entre Israel e Fatah contra o Hamas. O que resta são acordos parciais entre Israel e o Fatah, através da ANP. No entanto, isto não se torna suficiente para estabelecer um pacto interno aos palestinos, ainda mais com o Fatah não fazendo nenhum esforço em negociar com o Hamas. Igualmente, se o presidente palestino Mahmoud Abbas promovesse um amplo assentamento com apoio do Fatah não seria o mesmo que um acordo integral com os palestinos, mas somente com sua facção.
De sua parte, os israelenses têm sinalizado para esmagar lideranças do Hamas em Gaza. Nesta guerra de dissuasão ostensiva e, também psicológica, resta ao Hamas se preparar para operações de contra-insurgência em um ambiente politicamente inóspito. Reduzir a influência do Hamas num primeiro turno pode ser também o início de um processo que aponta para a anulação gradual do próprio Fatah, e de xiitas que apóiam o Hezbollah.
Para Israel pode ser uma vantagem alcançar um acordo de assentamentos com Mahmoud Abbas e lançar ataques em Gaza. O próprio Abbas pode ser o testa-de-ferro de um ataque decisivo ao Hamas, mas isto colocaria a ANP em dificuldades políticas. Por outro lado, os palestinos não mantêm ilusões que um ataque massivo em Gaza eliminaria por completo a capacidade militar do Hamas. Quanto mais mísseis lançados contra Israel, maior se torna a pressão para toda sorte de revides por parte de seu estado.
Realisticamente falando, assentamentos não conduzem, por si só, a nenhum processo de pacificação porque não há plano sustentável de assentamento sem operações de guerra. No horizonte, só se vislumbra a paralisia e uma guerra eliminaria a capacidade do Fatah de atingir seu propalado plano de partilha territorial.
O resto é conversa fiada.
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