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O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Monday, November 21, 2005

Aracruz vs. Índios

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A invasão indígena da fábrica da Aracruz

Rio, 19/out/05 – Acusada recorrentemente por ONGs vinculadas ao ambientalismo internacional de transformar o Estado de Espírito Santo em um “deserto verde”, supostamente causado por suas conhecidas plantações de eucalipto, a Aracruz Celulose enfrenta agora ações promovidas por outro aparato internacional, o indigenismo.

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Dia 6 passado, um grupo de índios apoiados por integrantes do Movimento dos Sem Terra (MST), derrabaram grades e portões e invadiram um dos prédios administrativos da fábrica da empresa no município de Aracruz (ES), forçando os empregados a se retirarem. Os índios exigem a ampliação da atual reserva que possuem de 7 para 11 mil hectares em áreas pertencentes à Aracruz mas que, segundo eles, seriam terras indígenas. No dia seguinte, os índios se retiraram da fábrica para se reunir com o presidente da Funai. Não tendo obtido o que esperavam, os índios deram um prazo de 15 dias para a Funai resolver o impasse sob pena de invadir novamente a fábrica.

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Os índios exigem a desapropriação de 11 mil hectares de terras da empresa com base num estudo antropológico feito pela Funai em 1997, segundo o qual 18 mil hectares, uma parte da empresa, eram terras indígenas. Em texto intitulado “Reflexões sobre uma invasão” que circula na Internet, a empresa argumenta que o estudo da FUNAI é um instrumento informativo e que o Ministro da Justiça rejeitou suas conclusões em 1998. Mesmo assim, a Aracruz firmou acordos e contratos comercias com os índios que já somam mais de R$ 23 milhões desde 1998.

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Diz a nota que “Estamos preocupados sobretudo com a persistência no caso de uma inaceitável insegurança jurídica, que faz a empresa temer novas ampliações no futuro, em um ciclo interminável. Essa insegurança é agravada pelo fato da empresa ter nesse momento 22 mil hectares de suas áreas invadidas, seja por índios ou pelo MST”.

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Adiante, a nota reafirma que a empresa se submeterá naturalmente à decisão da Justiça sobre a disputa mas que é “preocupante que isso esteja ocorrendo com uma empresa que é a maior produtora mundial de celulose de eucalipto e vem crescendo desde 1998 ao ritmo de 10% ao ano, invejável para um país com tantas necessidades; que exporta 97% da sua produção, precisando assegurar o fornecimento contínuo de celulose aos clientes de todos os Continentes; que tem a confiança de seus acionistas, majoritários e minoritários, sendo estes últimos milhares de cidadãos que compraram ações nas bolsas do Brasil e exterior; e que leva a bandeira e a imagem do Brasil pelo mundo afora”. Para a Aracruz, a invasão da sua fábrica representa um marco na escalada de ações promovidas por grupos que, sob o manto da preocupação social, abusam disso para quebrar todos os limites da convivência comum e que corre o risco de vir a se generalizar:
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A partir daí, a que outros ciclos assistiremos? O da ameaça às nossas residências, ao nosso ir e vir, às nossas vidas, todos já tão ameaçados e limitados pela violência? O da ameaça à nossa liberdade de pensar, escrever, estudar, trabalhar, comer, amar, se divertir, que são os bastiões de uma democracia duramente conquistada? [..]

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O que separa uma sociedade civilizada de uma caótica é a prevalência do direito, não apenas na letra da lei, mas na sua implementação eficaz e igualitária. A escalada dos ciclos que ora se observa não passará infelizmente sem conseqüências perversas para o país, a menos que seja detida. Terá conseqüências também na confiança dos brasileiros e estrangeiros em aqui investir e trabalhar, e impedindo com isso que o país alcance os níveis de desenvolvimento e justiça social que merece e pode ter.

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A invasão da Aracruz é mais um passo em direção a um futuro que não queremos, para nós e nossos filhos e netos, que não precisamos necessariamente ter, e que não deveríamos aceitar enquanto Governo e sociedade, reagindo energicamente enquanto é tempo.

[051019a]

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http://www.alerta.inf.br/10_2005/051019a.htm

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