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Entenda o que está em jogo nas eleições no Iraque
Eleitores arriscam sua segurança pessoal para votarem no Iraque
Eleitores arriscam sua segurança pessoal para votarem no Iraque
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A eleição parlamentar iraquiana, marcada para esta quinta-feira, 15 de dezembro, é outro marco do processo político iniciado pelos americanos após a derrubada do regime de Saddam Hussein, em 2003.
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A eleição parlamentar iraquiana, marcada para esta quinta-feira, 15 de dezembro, é outro marco do processo político iniciado pelos americanos após a derrubada do regime de Saddam Hussein, em 2003.
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O analista para o Oriente Médio da BBC Roger Hardy examina as questões mais importantes relacionadas ao pleito.
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Qual a importância das eleições?
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O pleito vai eleger um governo definitivo com um mandato de quatro anos, em vez de outro governo interino como os últimos dois que foram encarregados de administrar o Iraque, entre eles o atual.
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Existe uma grande possibilidade de que esse governo seja mais representativo, especialmente com uma participação maior de muçulmanos sunitas. A esperança é que esse futuro governo tenha mais legitimidade aos olhos dos iraquianos e do resto do mundo.
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As eleições marcam o fim de um processo político dominado pelos americanos e da transição para uma era em que a política do país será conduzida por iraquianos.
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A presença militar americana vai continuar, o que manterá a necessidade de cooperação entre o futuro governo e os Estados Unidos. Ficará mais difícil para os críticos, entretanto, sustentar a idéia de que todo o processo é ilegítimo.
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A grande esperança em Washington é que uma eleição bem-sucedida leve ao fim da insurgência e abra a possibilidade de uma retirada gradual das tropas americanas a partir do próximo ano.
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Como vai acontecer a votação?
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O sistema eleitoral será diferente do usado nas últimas eleições em janeiro. Desta vez, cada uma das 18 Províncias terá um número fixo de lugares no Parlamento, proporcionais às suas populações, independentemente do comparecimento dos eleitores às urnas.
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A medida deve beneficiar os sunitas, pouco representados no atual Parlamento. Espera-se um maior comparecimento às urnas dessa parcela da população iraquiana em comparação com as eleições em janeiro.
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Quais são os principais envolvidos no pleito?
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Embora um grande número de partidos e coalizões tenha se inscrito para participar, os principais blocos políticos são:
• Aliança do Iraque Unido: O bloco une partidos religiosos xiitas, incluindo o movimento do clérigo Moqtada Al-Sadr.
• Aliança Curda: Une o Partido Democrático Curdo (KDP, na sigla em inglês) e a União Patriótica do Curdistão (PUK).
• Uma aliança secularista nacionalista liderada pelo antigo primeiro-ministro Iyad Allawi.
• Outra aliança secularista rival, liderada pelo atual vice-premiê, Ahmad Chalabi.
• Vários grupos sunitas, nenhum forte o suficiente para reivindicar o título de porta-voz da comunidade.
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Espera-se que os xiitas tenham um bom desempenho na eleição, embora não tão bom como nas últimas eleições. A maior autoridade xiita do país, o aiatolá Sistani, deu seu apoio tácito ao bloco nas últimas eleições, mas desta vez sua posição não é tão clara.
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Existe também a percepção de que o atual governo de Ibrahim Jaafari, dominado pelos partidos religiosos xiitas, teve um desempenho fraco, o que pode se refletir nas urnas.
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Quais os assuntos principais que vão dominar as eleições?
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• Violência
Um desafio logístico é garantir a segurança das estações eleitorais. Os iraquianos já demonstraram duas vezes esse ano que estão dispostos a enfrentar grandes riscos para votar. Durante o referendo de outubro, alguns grupos de insurgentes sunitas concordaram em observar uma trégua. Mesmo que eles repitam o comportamento, a organização extremista Al Qaeda no Iraque, comandada por Abu Musab Al-Zarqawi, ameaça prejudicar as eleições.
• Sectarismo
Tensões entre xiitas e sunitas contribuem para o clima de insegurança e favorecem partidos que apelam para a identidade étnica ou religiosa da população.
• Desconfiança
Foram feitas muitas reclamações no período que antecedeu as eleições, especialmente em áreas sunitas, sobre o número insuficiente de sessões eleitorais. Também foram levantadas questões sobre o número de assentos que foram atribuídos a certas províncias no Parlamento e sobre a neutralidade da comissão eleitoral. Esses temas podem gerar disputas após as eleições.
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O que acontece depois do pleito?
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O que acontece depois do pleito?
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A maioria dos analistas duvida que a eleição mudará o cenário político, mas se o desempenho xiita for pior e o sunita melhor do que anteriormente, os dois grupos vão ter que negociar mais no futuro.
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O novo governo enfrentará tarefas urgentes.
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Eles precisam encontrar maneiras mais eficientes de combater a resistência, finalizar a Constituição e, o mais importante, ganhar credibilidade aos olhos do sofrido povo iraquiano.
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