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Crianças e adolescentes da Tríplice Fronteira estão mais expostos a vários crimes, diz Unicef
Foz do Iguaçu (Brasil), 12 dez (EFE).- As crianças e os adolescentes que vivem na Tríplice Fronteira entre o Brasil, a Argentina e o Paraguai estão mais expostos ao narcotráfico, ao tráfico de mulheres para a prostituição, ao contrabando, à pobreza e a doenças como a aids, segundo um relatório divulgado nesta segunda pelo Unicef.
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De acordo com o estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância Unicef), o crime organizado representa uma grave ameaça na região, na qual as crianças e adolescentes são as vítimas preferenciais.
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Segundo o relatório, as cerca de 880 mil crianças e adolescentes que vivem na região fronteiriça entre os três países estão mais expostas a perigos como a exploração sexual, o tráfico de pessoas e o consumo de drogas que outros de outras áreas do Brasil, da Argentina e do Paraguai.
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As estatísticas policiais dos três países apontam que a região, por onde transita grande parte do comércio regional, principalmente entre o Brasil e o Paraguai, é um importante corredor para contrabandistas, distribuidores de produtos piratas e traficantes de drogas e armas.
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A Tríplice Fronteira, que tem uma numerosa colônia árabe, foi várias vezes considerada, por organizações internacionais, como área de refúgio de terroristas, o que é negado pelos três Governos.
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A região é rota do tráfico internacional de pessoas, o que significa que as crianças são vulneráveis ao recrutamento para a exploração sexual nos três países e na Europa, afirmaram os autores do documento do Unicef.
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De acordo com o texto do relatório "Situação das Crianças e dos Adolescentes na Tríplice Fronteira - Argentina, Brasil e Paraguai: Desafios e Recomendações", é preciso reprimir os delinqüentes e criar programas de reintegração social para as vítimas.
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A pesquisa, patrocinada pela central hidroelétrica de Itaipu, retrata a situação em 62 municípios próximos à fronteira (32 brasileiros, 15 argentinos e 15 paraguaios).
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No total, 45% do 1,9 milhão de habitantes na região estudada tem menos de 19 anos.
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O Unicef indicou ainda que, além de ser uma região com indicadores de pobreza superiores aos do resto de seus países, com exceção do Brasil [Vocês entenderam o que isto significa? Que o que é pobre para os outros países (Argentina e Paraguai) significa não tão mal para padrões brasileiros. Ou seja, o pior da Argentina e Paraguai em termos sociais, não chega próximo ao pior encontrado no Brasil.], o fato de ser fronteiriça aumenta a periculosidade da área.
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O relatório descreve a vulnerabilidade das crianças devido à exclusão econômica e social, que se reflete em taxas elevadas de mortalidade infantil e materna, prevalência de doenças infecciosas e evasão escolar.
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De acordo com o documento, as crianças e adolescentes também estão expostos à Aids, não têm documentos, se alimentam mal e precisam trabalhar para ajudar suas famílias.
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Um dos seis capítulos do trabalho é dedicado exclusivamente à exposição das crianças à violência doméstica, à exploração sexual, à prostituição e ao tráfico de pessoas.
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A existência de prostituição infantil associada a atividades de turismo e tráfico de drogas é reconhecida por diversos setores da população entrevistados, apesar de não existirem dados estatísticos sobre a questão, disse o Unicef.
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O relatório afirma ainda que, nos municípios argentinos, existe desde o recrutamento de jovens para prostíbulos em outras regiões do país até a combinação de trabalho na rua e atividades sexuais. Nas cidades brasileiras, crianças e adolescentes são explorados sexualmente nas ruas, hotéis e prostíbulos.
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Segundo o Unicef, foram feitas 20.504 denúncias de violência contra jovens nos últimos seis anos nos municípios brasileiros da região.
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Nos municípios argentinos estudados, foram registradas 850 denúncias de violência contra os menores em 2004, especialmente por abuso sexual, incesto, agressão física e abandono.
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Em Ciudad del Este, no lado paraguaio da fronteira, houve 140 denúncias de abuso sexual entre 2002 e 2004, além de 49 de tentativa de abuso sexual, 189 de maus-tratos, 44 de estupro e 33 de exploração da prostituição.
http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2005/12/12/ult1766u13673.jhtm
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