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Tuesday, December 13, 2005

Índios: população

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Número de índios cresceu 150% na década de 90 com aumento da autodeclaração

JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio


O contingente de brasileiros que se consideravam índios cresceu 150% na década de 1990, revela a pesquisa "Tendências Demográficas: uma análise dos indígenas com base nos resultados da amostra dos censos demográficos 1991 e 2000", divulgada hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O ritmo de crescimento é quase seis vezes maior do que o da população em geral.
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Esta é a primeira vez que o instituto apresenta informações sócio-demográficas sobre a população indígena brasileira.
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Em 1991, o percentual de indígenas em relação à população total brasileira era de 0,2%, o equivalente a 294 mil pessoas. Em 2000, este percentual subiu para 0,4% da população ou 734 mil pessoas. O resultado representa um aumento anual de 10,8% da população, a maior taxa de crescimento dentre todas as categorias de cor ou raça. O total do país apresentou um ritmo de crescimento no período de 1,6% ao ano.
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A hipótese mais provável para justificar esse crescimento, na avaliação do IBGE, é que houve um aumento da proporção de indígenas urbanizados que optaram por se declarar índios no censo 2000. Anteriormente, esta parcela da população se classificava em outras categorias.
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Outros fatores também podem ter interferido, como o crescimento vegetativo, embora por si só não seja capaz de explicar o fenômeno, e a imigração internacional de países limítrofes com alto contingente de população indígena, como Bolívia, Equador, Paraguai e Peru.
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A distribuição do crescimento da população indígena não foi uniforme. A região Norte, que abriga a maior participação de indígenas no total do país, apresentou o menor ritmo de crescimento anual. Em 1991, residiam nesta região 42,4% da população indígena. Em 2000, este percentual caiu para 29,1% da população autodeclarada indígena.
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O Sudeste dobrou sua participação e passou de 10,4% para 22,0% da população indígena entre 1991 e 2000. Em números absolutos, em 1991 existiam 30,5 mil pessoas que se classificavam como indígenas e em 2000, 161,2 mil pessoas.
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No Nordeste, o número de pessoas identificadas como indígenas passou de 55,8 mil para 170 mil no período. A região Centro-Oeste reuniu em 2000 a maior participação de indígenas na população, com 0,9%, mais do que o dobro da média nacional, de 0,4%.
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Os cinco Estados que apresentaram maior crescimento da autodeclaração foram Sergipe (28,8%), Piauí (27,0%), Rio Grande do Norte (26,4%), Minas Gerais (26,2%) e Goiás (23,9%).
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O aumento da autodeclaração nas regiões Sudeste e Nordeste levou a um aparente efeito de urbanização. Essas regiões têm menor número de terras indígenas homologadas e sofreram movimentos de afirmação da etnia indígena.
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Em 1991, a maior parte da população indígena (76,1% ou 223 mil pessoas) vivia em áreas rurais. Em 2000, 383 mil ou 52,0% do total moravam em áreas urbanas.
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A população indígena registrou aumento também nas capitais. O percentual passou de 1991 a 2000 de 12,0% para 18,1%. Apesar disso, algumas capitais do Norte, como Porto Velho, Rio Branco e Boa Vista, do Nordeste (Fortaleza) e do Sudeste, com exceção de Vitória, registraram redução na proporção de pessoas que se declaravam indígenas com relação ao total do Estado.
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São Gabriel da Cachoeira (AM) e Uiramutã (RR) detinham em 2000 a maior proporção de índios no país, com dois terços da população formada por indígenas.
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O aumento da autodeclaração também tem raízes históricas. A categoria indígena só foi incluída no censo de 1991, embora a investigação da cor no primeiro levantamento censitário realizado no Brasil tenha ocorrido em 1872. O último censo, de 2000, divide a população em cinco categorias: branco, preto, amarelo, pardo e indígena.
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O IBGE destaca que a formulação do quesito sobre cor ou raça deve ser aperfeiçoada nos censos demográficos brasileiros. Na América Latina, além da auto-identificação, outros critérios são usados em alguns países para a classificação da população indígena, como o idioma ou língua falada, a localização geográfica e outras características.
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