Saturday, December 30, 2006
Funcionalismo
Se há algum sentido preciso em dizer que 1968 foi uma revolução, foi do serviço público. Com exceção dos EUA, ¼ das pessoas nos países da OCDE estavam em empregos públicos em meados da década de 70, sendo que muitos haviam conquistado esta posição na década precedente.[1]
[1] DARENDORF, Ralf. O Conflito Social Moderno: um ensaio sobre a política da liberdade. Rio de Janeiro : Jorge Zahar Ed.; São Paulo : Edusp, 1992, pp. 138-139.
Thursday, December 28, 2006
A meta do gigante e o sucesso do pequeno
Brasil:
Lula asegura que vetará gastos "excesivos" en su gobierno
"Necesitamos el valor para hacer lo que no hemos hecho en el transcurso de los últimos cuatro años", subrayó Lula, quien advirtió que "si los desembolsos se salen de control, no temeré recurrir a mi poder de veto".
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Chile:
Exportaciones suman récord de US$ 68.000 millones
El ministro de Hacienda de Chile, Andrés Velasco, aseguró que la cifra "no sólo viene dada por los precios del cobre", sino también por envíos de productos como molibdeno, celulosa, harina de pescado, frutas y vinos.
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Wednesday, December 27, 2006
Plataforma gaúcha, biodiesel e ferrovias
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Estados Unidos reduzem barreiras a produtos brasileiros
Ricardo Balthazar
O governo dos Estados Unidos derrubou nos últimos meses barreiras comerciais que por mais de uma década impediram a entrada de alguns produtos brasileiros no mercado americano. É uma boa notícia para os exportadores dessas mercadorias, mas a iniciativa está longe de representar mudanças significativas na forma como os EUA ajudam suas empresas a enfrentar a concorrência estrangeira.
Desde janeiro, o governo americano revogou tarifas antidumping e direitos compensatórios que incidiam sobre a importação de quatro produtos brasileiros. As tarifas estavam em vigor desde o início da década de 90. Elas foram aplicadas porque, na avaliação dos EUA, as empresas brasileiras competiam de forma desleal, com ajuda de subsídios ou praticando preços irreais para ganhar clientes americanos.
Mas as regras do comércio internacional exigem que medidas dessa natureza sejam revistas de tempos em tempos e sejam anuladas quando não houver mais prejuízo para a indústria local. Foi o que ocorreu neste ano com os quatro produtos que ficaram livres de barreiras: chapas de latão, chapas e cabos de aço e silício metálico, insumo usado na fabricação de alumínio, resinas e outros produtos.
Nem todos os exportadores brasileiros afetados por essas tarifas tiveram a mesma sorte. As taxas foram mantidas para dois outros produtos que passaram por processos de revisão neste ano, barras de aço inoxidável e silício-manganês, uma liga metálica usada na produção de aço. Barreiras semelhantes contra outras nove mercadorias permanecem em vigor e dificilmente serão revistas tão cedo.
Vários fatores explicam o que tem acontecido. O Departamento de Comércio dos EUA e a Comissão de Comércio Internacional, os dois órgãos encarregados da análise desses processos, tiveram algumas decisões contestadas em tribunais americanos e na Organização Mundial do Comércio (OMC) e isso tem obrigado os burocratas a mudar procedimentos que eram desfavoráveis a companhias estrangeiras.
No caso do Brasil, os produtos que ficaram livres de tarifas são mercadorias cujos preços subiram muito nos últimos anos, graças ao aumento da demanda de países como a China por matérias-primas. Com o vento soprando a favor das empresas que atuam nesses mercados, ficou difícil para os EUA encontrar problemas que justificassem a manutenção de tarifas para defender as indústrias locais.
Além disso, setores da indústria têm feito pressão para que algumas barreiras sejam eliminadas. A indústria automobilística, que atribui à alta dos preços do aço parte das dificuldades que enfrenta hoje nos EUA, fez uma campanha agressiva para convencer o governo a cancelar as tarifas aplicadas sobre chapas de aço importadas. As tarifas caíram há duas semanas.
No Brasil, a Usiminas e a Cosipa foram beneficiadas por essa decisão. Mas a maioria das barreiras que afetam produtos siderúrgicos brasileiros continua em pé. Estimativas do assessor para política comercial da Embaixada do Brasil em Washington, Aluisio de Lima Campos, sugerem que, desde 1991, a indústria siderúrgica brasileira deixou de exportar para os EUA US$ 1,8 bilhão por causa das tarifas e de outras medidas protecionistas.
As empresas brasileiras costumam acompanhar de longe os processos de revisão. Os advogados custam caro e as chances de sucesso são reduzidas. Mas neste ano as que arregaçaram as mangas tiveram êxito. "Se as empresas não participam, a análise é sumária e as chances são ainda menores", diz o advogado Felipe Berer, do escritório Bryan Cave, que acompanhou vários casos neste ano.
Nada disso significa que os americanos tenham baixado a guarda. Existem mais de 260 tarifas antidumping em vigor nos EUA e o governo não abre mão delas facilmente. De acordo com as regras estabelecidas pela OMC, 66 dessas tarifas foram submetidas neste ano a um processo de revisão que ocorre uma vez a cada cinco anos na Comissão de Comércio Internacional. Só 11 tarifas foram revogadas.
No caso do setor siderúrgico, em que o instrumento foi decisivo para ajudar a reerguer a indústria americana após o tombo que ela levou na década de 90, a volta das tarifas pode ser apenas uma questão de tempo. "Hoje os preços estão bons", observa o economista Germano Mendes de Paula, da Universidade Federal de Uberlândia (MG). "Quando os preços caírem, as empresas americanas certamente voltarão a reclamar de dumping."
Gestão Democrata e América Latina
Déficit energético e habitacional
O teste sobre a disponibilidade de gás natural para as usinas termelétricas, realizado neste mês de dezembro, confirmou o alerta feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no final de novembro: falta gás para que as usinas possam gerar energia a plena carga. Dados preliminares do teste mostram que as 13 usinas termelétricas nas quais foi feita a checagem deixaram de gerar 2.700 MW médios nos 12 dias do teste, realizado entre 11 e 22 de dezembro. O número é próximo do déficit que havia sido apontado pela Aneel no mês passado, de 2.888 MW médios. Em conseqüência, o Ministério de Minas e Energia determinou que as usinas que participaram do levantamento apresentem uma nova planilha de custos de geração. A intenção é saber se, cobrando mais pela energia, as usinas que não têm contrato firme de fornecimento de gás conseguiriam viabilizar a compra do insumo para, então, ampliar a geração elétrica. A portaria estabelece que as usinas terão até 10 de janeiro para apresentar ao governo "todos os parâmetros necessários para o cálculo da respectiva garantia física de energia". Isso significa que, a partir da nova planilha, as usinas terão de definir quanto de energia conseguiriam gerar, efetivamente, mesmo que a um custo maior. Após apresentar esses dados, elas terão de assinar um Termo de Ajustamento de Conduta com a Aneel e se comprometer a gerar a energia que declararam ser possível produzir com o novo preço. Segundo o balanço preliminar do teste realizado neste mês, as 13 usinas participantes do acompanhamento deveriam ter gerado 4.846 MW médios, mas geraram apenas cerca de 2.146 MW médios durante a checagem. A Aneel pretende retirar essa energia não gerada do planejamento do setor elétrico, o que pode aumentar, no mercado, a percepção de risco de um apagão nos próximos anos, o que preocupa o governo.
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Cerca de 500 mil famílias moram atualmente em terras da União e estão em processo de regularização fundiária para receber certificado definitivo de propriedade. O cálculo é da Secretaria do Patrimônio da União, órgão do Ministério do Planejamento que trabalha para acelerar o processo de cessão das terras, boa parte delas ocupadas por comunidades que vivem em favelas e dificilmente podem ser removidas. No último sábado, o presidente Lula assinou uma Medida Provisória (335/2006) com regras para simplificar o processo de regularização. Entre elas, a isenção de taxas de ocupação urbana para famílias que ocupam terras da União e ganham até cinco salários mínimos.
Ursos polares e matéria confusa
Vamos agora à matéria:
EUA querem urso polar entre espécies ameaçadas de extinção
27/12 - 10:44 - Reuters
'Revisamos todos os dados disponíveis que nos levam a crer que o gelo marinho do qual o urso polar depende vem recuando', disse o funcionário ao jornal. 'Obviamente, o gelo marinho está derretendo porque as temperaturas estão mais elevadas.'
Essa fonte acrescentou que autoridades do Serviço de Pesca e Vida Selvagem concluíram que os ursos polares podem estar ameaçados dentro de 45 anos, de acordo com a reportagem. O Departamento do Interior ainda não comentou oficialmente a informação.
O governo Bush rejeita a tese científica de que a atividade humana contribui com o aquecimento global, e resiste em limitar as emissões dos chamados gases do efeito estufa, argumentando que isso seria nocivo para as empresas e os trabalhadores norte-americanos.
Os gases do efeito estufa, como o dióxido de carbono (CO2) emitido por fábricas e automóveis, prendem o calor na atmosfera. Cientistas dizem que a elevação das temperaturas pode aumentar o nível dos mares e provocar mais secas, inundações e ondas de calor.
A fonte do Post disse que a decisão de propor a inclusão do urso polar entre as espécies em risco 'não foi fácil' porque 'ainda há uma significativa incerteza' sobre o que pode acontecer com as populações de ursos no futuro.
Tuesday, December 26, 2006
Guarujá: como destruir um paraíso
por Luiz Zanin, Seção: Atualidades às 08:33:07.
Tenho grande estima por esta cidade, e venho a ela desde criança, quando meu pai trazia a família para a Colônia de Férias dos Funcionários Públicos, situada até hoje na praia de Astúrias. Cheguei a morar aqui durante três anos, na década de 80, num apartamento na Praia de Pitangueiras. O Guarujá é um belo pedaço de natureza, que infelizmente vem sendo devastado pela especulação imobiliária, ano após ano. Morando aqui, vi morros sendo cortados ao meio para dar lugar a espigões e vi demais as leis do zoneamento sendo infringidas para edificações fora do gabarito. Enfim, desde a década de 70 promove-se aqui um massacre ambiental, consentido pelas diversas administrações, e sempre com o mesmo pretexto: “há muito desemprego, não se pode desestimular a construção civil, etc. “ Capitalismo selvagem, para definir em duas palavras.
Outra característica do Guarujá é a tentativa, em geral bem sucedida, de privatização de bens comuns. Por exemplo, o acesso a uma das mais belas praias do Guarujá, a praia de Iporanga, é hoje limitado, pois o populacho pode atrapalhar os cidadãos de alto coturno que lá mantêm as suas belas casas de veraneio. Nessa praia, eu costumava acampar na minha juventude. Agora nem posso entrar nela para conferir como está. Posso em tese, claro, mas tudo é dificultado, os seguranças pedem documentos na entrada e o número de automóveis é limitado de acordo com as vagas no estacionamento. Não há como controlar essas informações, e tudo é feito no sentido de desestimular as visitas.
Outro exemplo de privatização do público é dado por um belíssimo hotel na praia da Enseada, que, na prática, conseguiu incorporar a rua vizinha (!) ao seu patrimônio, transformando a via pública numa espécie de corredor que leva à sua entrada. De resto, o hotel expande-se em todas as direções, como um polvo com seus tentáculos. Da rua incorporada aos terrenos vizinhos, onde construiu uma discoteca, até a praia, onde tinha um restaurante que agora está sendo reconstruído, pois levado por uma violenta ressaca que se abateu sobre o Guarujá faz alguns meses.
A praga dos quiosques: a arraia mais miúda também se expande e apropria-se do bem comum, como é o caso dos quiosques que infestam a mesma praia da Enseada onde fica tal hotel (não digo o nome para não fazer propaganda). No trecho da Enseada mais próximo ao centro, os quiosques se amontoam uns sobre os outros e avançam sobre a areia. No começo eram construções toscas, bucólicas, até românticas, e de aparência inofensiva. Cresceram e multiplicaram-se, como manda a Bíblia. Agora acham-se solidamente fincados sobre concreto armado, alguns sobre pilotis para melhor enfrentar as marés. Os donos dos quiosques encontraram uma maneira bastante prática para expandir seu campo de atuação, deslocando mesas, cadeiras e guarda-sóis em direção ao mar. Ocupam assim toda a faixa de areia disponível, deixando os outros usuários a ver navios, quando estes existem no horizonte. Para completar seu campo de atuação, os quiosques costumam tocar música (de péssima qualidade) em alto volume, para atrair a atenção da freguesia.
Quem anda pelo calçadão da Enseada só consegue ver o mar pelas frestas entre um quiosque e outro. Quem tem a sorte de encontrar um pedaço de areia para acomodar-se, não ouve o mar, pois os quiosques, para garantir a “alegria” dos clientes, bota seus alto-falantes à toda. E o usuário da praia da Enseada também não sente o cheiro da maresia, pois o que há no ar é o odor nauseabundo das frituras dos quiosques. É assim, privado em todos os sentidos da experiência, antes apaziguadora, de estar numa praia, diante do oceano. Acabou-se. Só o que não acabou foi o IPTU cobrado aos moradores da Enseada, e reajustado a cada ano.
Eis como se transforma um pedaço de paraíso numa sucursal do inferno. O Guarujá continua lindo, mas alguns de seus pontos já estão inabitáveis. A praia da Enseada é o melhor exemplo dessa decadência.
http://blog.estadao.com.br/blog/zanin/ - 25 de dezembro de 2006
Sunday, December 24, 2006
Solução ao impacto ambiental turístico?
Sempre que se fala em propriedade pública é comum confundirmos com estatal. Não nego, no entanto, que esta confusão tem base legítima: a ação política tradicional num país como o Brasil, realmente, opera assim. Vejamos o caso a seguir:
Câmara quer taxação para turista
A Câmara de Ilhabela está propondo que a prefeitura cobre uma taxa ambiental de R$ 50 por veículo que entrar na ilha nos feriados e fins-de-semana. Nos dias úteis, a taxa seria de R$ 30. A cobrança da taxa não isentaria o turista do pagamento da tarifa da travessia da balsa, hoje, de R$ 10,60 nos dias úteis e R$ 17 nos fins de semana e feriados.
A proposta foi apresentada anteontem ao prefeito Manoel Marcos (PTB), pelo presidente da Câmara, vereador Luiz Lobo (PL). O projeto da TPA (Taxa de Preservação Ambiental) foi elaborado pela empresa SM Consultoria, a pedido de Lobo.
O projeto propõe ainda a cobrança de uma TAP para pedestre que variaria de R$ 3, nos dias úteis e R$ 5 nos fins de semana. A empresa garante que a prefeitura iria arrecadar anualmente cerca de R$ 22 milhões. Lobo não foi localizado ontem para comentar a proposta apresentada por ele ao prefeito.
A implantação da TAP teria custo operacional de R$ 3,7 milhões aos cofres públicos. Estariam isentos da taxa moradores, proprietários e veículos de serviço.
O prefeito de Ihabela, Manoel Marcos, disse ontem que o projeto apresentado por Lobo é inviável. "Sou favorável à implantação de uma taxa ambiental, mas precisamos primeiro encontrar uma maneira legal de fazer a cobrança e antes de implantá-la colocar em discussão com moradores e veranistas", disse.
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1. Em primeiro lugar, por mais absurda que seja, é necessário que uma taxa destas tenha aceitação da população local e;
2. Confirmar se, legalmente, ela não atenta contra o direito dos veranistas;
3. O direito dos veranistas vai contra o direito ambiental dos moradores?
4. Se sim, ao prejudicar o turismo, o tiro pode sair pela culatra, reduzindo o fluxo de visitantes e;
5. Com isto, alguma forma de exploração menos sustentável pode ser incentivada.
Simplesmente, criar taxas sem rever como o objetivo de solução do problema poderia ser atingido é uma tradição tupiniquim. Ao final, o fundo de caixa criado, pode não ser suficiente para solucionar um problema que cresça, desproporcionalmente, mais.
Wednesday, December 20, 2006
Deixa eu ver se eu entendi...
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"A diferença de rendimento entre os 10% mais ricos e os 40% mais pobres caiu nos últimos 10 anos, mas nesse mesmo período a renda caiu 12,5%, indica a Síntese dos Indicadores Sociais, do IBGE, divulgada na manhã desta terça."
Ma'qual é o problema?! Nossos professores marxistas não passaram duas décadas criticando o mote do governo militar "crescer para depois dividir", dizendo que era expropriação, extração da mais-valia, arrocho, "modernização conservadora"?! Agora, temos o contrário, distribuição de renda sem crescimento do PIB...
Tá como eles queriam ou não tá?!
Ah! Queriam com crescimento? Pois não, é só isto? Sem trabalho, com desemprego, subemprego e elefantíase tributária vão querer mais o quê? O Mandrake no Ministério do Planejamento???
Itaipu e falhas nos radares brasileiros
Porto Alegre, 20 de dezembro de 2006 - Videversus nº 612
Newsletter sendo enviada para 73.447 pessoas.
ENERGIA DE ITAIPU VAI SOFRER REAJUSTE DE 10,32% EM JANEIRO
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira um reajuste de 10,32% para as tarifas de repasse da energia gerada pela hidrelétrica de Itaipu. leiamais
GRUPO CAPTA R$ 422 MILHÕES EM LONDRES PARA COMPRAR USINAS NO BRASIL
O potencial de crescimento do consumo de etanol e a competitividade do Brasil na área atraíram mais um player internacional para o País, a Clean Energy Brasil (CEB). leiamais
AERONÁUTICA ADMITE QUE EXISTEM "FANTASMAS" NOS RADARES
O brigadeiro Ramón Borges Cardoso admitiu nesta terça-feira que os radares de Brasília podem apresentar falhas. leiamais
Jornalista Vitor Vieira
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Monday, December 18, 2006
Contradição inexistente
Há uma confusão sobre a questão ambiental. De uma parte, ambientalistas radicais, sectários em um novo dogma sobre nossa convivência no planeta crêem que o próprio modelo econômico baseado na relação assalariada é, essencialmente, degradante e auto-destrutivo. De outra, conservadores, caracterizados emblematicamente pelos Republicanos americanos acham que tudo que se relaciona ao tema é fruto de uma conspiração ou “cultura wacko” em que o ambientalismo não passa de uma tática para disseminar idéias socialistas. Ambos se enganam.
No Rio Grande do Sul, uma companhia, a UTRESA foi acusada de causar vinte crimes ambientais pelo Ministério Público.[1] Um deles corresponde à recepção de lixo atômico do exterior. Em que pesem tais denúncias, elas são tratadas pelos ambientalistas radicais, como sendo do mesmo quilate de ação e conseqüência do que a liberação pelo IBAMA para construção de uma hidrelétrica de mais de 1.000 MW, como é o caso da UHE de Estreito no Rio Tocantins.
Preocupações e projetos ambientais, ao contrário do que pensam os sectários anti e pró-meio ambiente dão lucro. Este é o caso do tratamento de esgotos. Em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a Puritech Projetos e Equipamentos de Defesa Ambiental construirá Estações de Tratamento de Efluentes (ETEs). Em um país onde 70% do esgoto são coletados, mas somente 8% são tratados, esta é uma notícia alvissareira.[2]
No entanto, não podemos nutrir grandes expectativas por grupos que já têm posições políticas e ideológicas rígidas e embrutecedoras da razão. Mas, era de se esperar que chefes de estado pudessem nos orientar com equilíbrio e planejamento, adequados ao desenvolvimento sustentável, econômica e ambientalmente falando. Infelizmente, este também não tem sido o caso. Se observarmos o comportamento do presidente da Argentina, Néstor Kirchner, que tem, resolutamente, se oposto à implantação de “papeleras” no país vizinho, o Uruguai, sem ver que todas as fábricas de celulose e papel de seu país se utilizam de tecnologia muito mais defasada e, consequentemente, poluidora. O governo argentino quer impedir o desenvolvimento do Uruguai, mas faz ouvidos moucos aos reclames do Paraguai que há décadas brada pela sua excessiva poluição no Rio Paraguai.
Por outro lado, aqui no Brasil, projetos de lei bastante razoáveis, como o “PL de Florestas Públicas” (4776/05) têm sofrido sistemática oposição. Encaminhado ao Congresso Nacional no dia 17 de fevereiro de 2005, disponibilizava até 13 milhões de hectares de florestas da Amazônia para a concessão de uso sustentável nos próximos dez anos. Com ele, teríamos instrumentos para combater a grilagem de terras, entre outras práticas danosas, cujos agentes não respondem legalmente como proprietários.
Uma dessas chorumelas provém do representante da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Agamenon Menezes, que contesta o projeto por não dar preferência às empresas locais. Bem ao estilo protecionista que marca o subdesenvolvimento latino-americano, sua crítica não é pelo meio ambiente ou pela geração de empregos, mas contra as multinacionais. Desde quando, pergunto eu, multinacionais não trazem prosperidade e técnicas avançadas de produção onde se instalam?[3] O que seriam dos países que diversificaram suas linhas de produção, se não se abrissem às novidades do exterior para, mais a frente, dar sua contribuição?
Este tipo de oposição só leva a miséria pela falta de perspectivas, leia-se, empregos. Daí sim, o desmatamento predatório seria a única alternativa. Países como Canadá p.ex., têm disciplina sobre sua exploração florestal, cuja biomassa abarca até 60% do território e não são tidos como devastadores de seu ambiente. Muito pelo contrário...
Para quem atua dentro da lei, tal projeto beneficia mais do que a atual situação que compreende tantas exceções quanto regras. Atualmente, se está suscetível ao suborno de agentes públicos que deveriam fiscalizar. Que incentivo tem um produtor de madeira para obter certificado de qualidade ambiental, se quem atua ilegalmente ganha mais? Por outro lado, uma nova legislação que enverede pela maior burocratização terá efeito contrário, como já se pode observar com a atual. A Operação Curupira em 2005, realizada pelo Ministério Público e Polícia Federal e que levou 20 meses de investigação, é uma prova de que a ilegalidade no setor extrativista compensa: só no Mato Grosso, 431 empresas fantasmas que atuavam no setor madeireiro. Nos dois últimos anos, estima-se que dois milhões de metros cúbicos foram retirados ilegalmente.
O planejamento, colocando o estado como aliado da livre-empresa, tende a nos beneficiar, inclusive com a sustentabilidade. Não há contradição ou antinomia entre empreendimentos e uma utilização racional de nossos recursos. O embate atual não se dá no front técnico, mas no político-ideológico, cujos principais contendores não enxergam a verdadeira questão. Enquanto se digladiam, nosso sustento e modernização possíveis são sugados pelo buraco-negro de uma estúpida cegueira ideológica.
[1] “Recentemente, o descarte inadequado de resíduos químicos arrasou a fauna em uma faixa de 200 quilômetros do Rio dos Sinos, no interior no Rio Grande do Sul.” http://amanha.terra.com.br/ - Newsletter diária n.º 855 - 12/12/2006
[2] A Puritech trata os esgotos utilizando bactérias naturais que se alimentam dos resíduos. A água fica renovada com sais minerais e ainda pode ser utilizada em outros processos. De 95% e 97% do esgoto é purificado. O lodo que resta também é utilizável no processo de endurecimento da indústria cerâmica. Os primeiros empreendimentos deste sistema que interessa tanto ao poder público quanto a iniciativa privada serão realizados em 2007.
[3] Mas, nem toda crítica é injusta. O presidente do Sindicato das Indústrias de Transformação de Madeiras de Ji-Paraná (RO), Jurandir Almeida, atentou para a centralização do Ibama, com seu potencial de corrupção. Autorizações para Transporte de Produtos Florestais (ATPFs) são dadas a muitas empresas fantasmas com participações de servidores públicos. Outros partiram em sua defesa, como Carlos Aguiar, presidente da Abraf – Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas –, para quem só com a geração de recursos e empregos a partir da própria floresta pode haver redução do desmatamento.
Impacto ambiental no Sul; UHE
Porto Alegre, 18 de dezembro de 2006 - Videversus nº 610
Newsletter sendo enviada para 73.446 pessoas.
MINISTÉRIO PÚBLICO DENUNCIA UTRESA POR 20 CRIMES AMBIENTAIS, E NOVO DESASTRE AMBIENTAL ACONTECE NO RIO DO SINOS
O Ministério Público do Rio Grande do Sul apresentou denúncia na sexta-feira à Justiça gaúcha, contra a empresa Utresa (Unidade de Tratamento de Resíduos Especiais), de Estância Velha, cidade localizada na Grande Porto Alegre, pela prática de 20 crimes ambientais ocorridos em outubro leiamais
POLÍCIA FEDERAL NÃO INVESTIGA UTRESA, APESAR DE SABER DA DENÚNCIA QUE A EMPRESA RECEBIA LIXO ATÔMICO DO EXTERIOR
Na Polícia Federal do Rio Grande do Sul, o delegado federal Alvaro Pagliarini, responsável pela Delegacia de Crimes Ambientais, que chegou a ser chamado pelo juiz Newton Philomena, de Estância Velha, diz que o crime ambiental cometido pela Utresa "não é assunto da alçada da sua instituição"... leiamais
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IBAMA CONCEDE LICENÇA PARA INSTALAÇÃO DA HIDRELÉTRICA DO ESTREITO
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) concedeu licença de instalação para a Hidrelétrica de Estreito, com capacidade para gerar 1.087 megawatts (MW). leiamais
Jornalista Vitor Vieira
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Saturday, December 16, 2006
RÚSSIA VAI REPASSAR TECNOLOGIA ESPACIAL PARA O BRASIL
A Rússia fechou um acordo na quinta-feira para fornecer ao Brasil combustível para foguetes e tecnologia espacial como parte de um esforço mais amplo para estreitar os laços políticos entre os dois países e aumentar o comércio de produtos como aeronaves e carne. Duas das principais economias emergentes do mundo, Rússia e Brasil pretendem impulsionar o comércio bilateral para 10 bilhões de dólares até 2010, a partir dos 4 bilhões de dólares atuais. O acordo de quinta-feira deve ajudar o Brasil a lançar satélites no espaço com segurança, depois da explosão na base de lançamento de Alcântara, no Maranhão, que matou 21 pessoas, em 2004. O Brasil também está próximo de um acordo para comprar helicópteros russos, disse o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O país também pretende que a Rússia retire seu veto à compra de carnes congeladas de alguns dos principais Estados agrícolas brasileiros, suspensas há um ano após o surgimento de focos de febre aftosa no país.
Porto Alegre, 16 de dezembro de 2006 - Videversus nº 609
Thursday, December 14, 2006
GRUPO ESPANHOL VAI INVESTIR 930 MILHÕES DE DÓLARES EM FÁBRICA DE CELULOSE NO URUGUAI
A fábrica de celulose que o grupo espanhol Ence vai instalar no Uruguai representará um investimento de 930 milhões (US$ 1,25 bilhão) e terá uma capacidade de produção de um milhão de toneladas ao ano, o dobro do previsto inicialmente. Segundo comunicado da empresa à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) da Espanha, a localização escolhida, a margem leste do Rio da Prata, no departamento de Colônia, "permite uma maior eficiência industrial e logística" e conta com o consentimento das administrações uruguaia e argentina. O presidente da Ence, Juan Luis Arregui, revelou na noite de terça-feira em Buenos Aires a localização da nova fábrica após reunir-se com o presidente da Argentina, Néstor Kirchner, e o chefe do Gabinete, Alberto Fernández. A Ence tinha planejado construir a fábrica em Fray Bentos, às margens do rio Uruguai, em frente à cidade argentina de Gualeguaychú, mas a localização inicial foi duramente criticada pelas autoridades de Buenos Aires, o que levou a empresa espanhola a buscar um novo lugar.
Porto Alegre, 14 de dezembro de 2006 - Videversus nº 608
OdeC e a China
Olavo de Carvalho e a China: erro de avaliação [sobre http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=3789]
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Cartas do www.midiasemmascara.com.br
enviada em 07/10/2005.
Fui várias vezes a China, e conheço seu interior, bem como suas principais cidades. Me admirou muito o texto de Olavo Carvalho, normalmente o missivista é brilhante. Mas sobre a China traz somente ódio, rancor, nenhum bom senso e inteligência que lhe é peculiar. Sugiro que OC vá a China, estude o país, conheça o planejamento central. A China cresce porque copiou os EUA nas áreas de desenvolvimento...como abrir todo país, iniciar do negativo com 1.3 bilhões de famintos que o comunismo criou ? Somente a economia de mercado conseguiu produzir riquezas no mundo e a China não é diferente. Em 25 anos pós-Mao a China já incorporou 250 milhões de pessoas no mercado. Incorpora 30 milhões ao ano, um país ao ano. Ficariam 3.000 anos pobres se abrissem o país com 1.3 bilhões de famintos....em 30 anos poderá haver democracia plena. Deng Xiaoping pensou em tudo durante seu tempo atrás das grades.....
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Paulo Sato
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Muito à propósito:
Vem aí o tsunami da classe média chinesa
Os empresários que enxergam a China apenas como uma ameaça provavelmente estão alheios ao tamanho do mercado consumidor que vem se formando naquele país – a partir do crescimento da classe média. Um recente estudo da consultoria McKinsey aponta que o percentual de população pobre na China passará de 77,3%, em 2005, para 9,7% em 2025. "É uma sociedade que vem se desenvolvendo com muita rapidez. A China já até ultrapassou o Japão em termos de investimentos em tecnologia", aponta Thomaz Machado, presidente da consultoria China Invest.
Segundo Machado, uma aliança Brasil-China poderia trazer mais resultados do que o Mercosul ou a Alca, até porque os dois países possuem economias complementares. "A China tem uma população ávida por comida, tem muito dinheiro, mas tem falta de energia e problemas de poluição. O Brasil pode fornecer soluções para esses problemas. É um casamento perfeito".
O levantamento da McKinsey também assinala que o número de famílias de classe média ou superior saltará de 43 milhões, em 2005, para 337 milhões em 2025. "Essa evolução não acontece apenas pelo aumento populacional, mas pelo crescimento do poder de compra da população, junto com o desenvolvimento do país", destaca Machado. No entanto, ele afirma que a desigualdade social continuará existindo. Uma pequena parcela da população chinesa está em melhores posições de aproveitar as oportunidades que surgem no país – logo, tende a se tornar mais rica do que o resto dos chineses. "Mesmo assim, os pobres serão pobres com melhores condições de vida", sustenta Machado. (Guilherme Damo)
Link relacionado:ChinaInvest
Newsletter diária n.º 853 - 08/12/2006 http://www.amanha.com.br/
Augusto Pinochet, Getúlio Vargas & Cia.
___ Cândido Prunes*
O ex-ditador chileno recém falecido, Augusto Pinochet, cometeu um único erro. Tivesse ele no decorrer de seu longo mandato promovido a estatização do Chile, hoje não estaria sendo discretamente velado em Santiago. Como se sabe, Pinochet é acusado de ter sido direta ou indiretamente conivente com a tortura, a perseguição política e o assassinato de opositores. Mas tudo isso seria perdoável se ele tivesse mantido a previdência social quebrada nas mãos do governo; se ele tivesse inchado a máquina pública e distribuído cargos a mãos-cheias para os políticos; se ele tivesse feito campanhas publicitárias cínicas, tipo “o cobre é nosso”; ou se tivesse elogiado (ou visitado) ditadores socialistas, como Fidel, Mao, Pol-Pot e tantos outros que vicejaram em seu tempo. Mesmo cometendo rigorosamente todos os crimes de que vinha sendo acusado, tivesse seu governo um cunho estatizante, hoje as autoridades chilenas estariam correndo para emprestar o nome do falecido ditador a ruas, praças, hospitais, colégios e até mesmo alguma importante fundação.
Fenômeno contrário se deu no Brasil. O Sr. Getúlio Vargas foi uma espécie de Augusto Pinochet não-militar. Governou o País com o Congresso fechado. Perseguiu implacavelmente a oposição. Foi conivente com a tortura. Censurou jornais (em alguns casos foi muito além: simplesmente os destruiu fisicamente). Proibiu a publicação de livros. Assassinou os inimigos do regime. Impôs o exílio para intelectuais, militares e políticos que não concordavam com os rumos do governo. Acobertou crimes de familiares. Foi simpatizante dos piores regimes totalitários (a Alemanha, de Hitler e a Itália, de Mussolini). Tolerou a corrupção, que chegou até às ante-salas do poder. Todos os crimes e vícios que são apontados contra o famigerado General Pinochet, foram cometidos em maior ou menor escala por Getúlio Vargas e/ou seus asseclas.
A diferença entre o tratamento benigno que hoje se dispensa no Brasil ao ditador tupiniquim e no Chile ao ditador andino reside na agenda econômica. Graças à estatização, ao engessamento das relações trabalhistas, à regulamentação da economia, ao “aparelhamento” da administração pública, enfim, tudo aquilo que hoje atrasa o Brasil, não há cidade que não tenha uma avenida com o nome “Getúlio Vargas”. Para não falar nos milhares de bustos e placas da famosa “carta testamento”. Já no Chile, ainda que nos últimos anos experimente uma onda sem precedentes de progresso econômico graças às reformas do período Pinochet, dificilmente o atual governo dará o nome do ex-ditador a uma mísera ruela, ou mesmo a um beco.
Essa constatação não se faz para justificar violação aos direitos humanos. Muito menos assassinato ou perseguição a opositores políticos. Ao contrário, ela é feita para demonstrar o tratamento cínico que os socialistas dispensam a seus ditadores. Por exemplo, se alguém interromper a lua-de-mel do arquiteto Oscar Niemeyer e lhe perguntar sua opinião sobre Pinochet, ele só terá críticas. Entretanto, para Vargas, ele será capaz de elogios, seguindo seu contemporâneo e correligionário Luiz Carlos Prestes, que mesmo preso e torturado pelo Estado Novo, em nome de interesses políticos terminou aliado do ditador.
Nem se argumente que a escala de assassinatos, torturas e corrupção no Chile de Pinochet foi muito maior do que no Brasil da Era Vargas (ou no do regime militar de 1964). Se for para fazer comparações, a Cuba de Fidel, a China de Mao e as demais ditaduras socialistas do século XXI apresentaram um rol de atrocidades incomparavelmente maior que o do Chile. Os crimes cometidos no varejo pelas ditaduras consideradas de direita não servem para absolver os crimes praticados no atacado pelas ditaduras de esquerda.
Aqueles que justamente criticam o governo do General Pinochet pela violência e a corrupção deveriam aproveitar a ocasião e dispensar o mesmo tratamento aos tiranos locais que, ainda por cima, cercearam as liberdades econômicas causando um quarto de século de estagnação.
* Vice-Presidente do Instituto Liberal
http://www.institutoliberal.org.br/
Santiago, Havana, Paris e Florianópolis
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SANTIAGO SEGUNDO LITTÍN
Miséria, lixo, decadência, medo, opressão, silêncio, desconfiança: estes são os odores que todo visitante, isento de quaisquer preconceitos ideológicos, respira em um rápido giro por Santiago. Mas as cidades são como árvores, quem quiser destruí-las terá de cortar-lhes as raízes. Estão vivas as raízes de Santiago. Que um dia será Salvador. Salvador Allende.
Terminasse eu aqui esta crônica, sem ajuntar sequer uma linha a mais, conquistaria platéias e simpatias, sem falar em tribunas, lugar ao sol e quem sabe até mesmo uma sinecura num órgão público qualquer. Acontece que estaria mentindo, transmitindo, é verdade, uma mentira que todos gostam de ouvir. Como não gosto de mentir, renuncio a eventuais simpatias e passo a contar o que vi.
Para quem está acostumado a bater pernas pelas ruas de cidades como Porto Alegre ou São Paulo, Santiago exerce um poderoso impacto pela conservação e limpeza de suas ruas e passeios. Nas capitais brasileiras, há muito resignei-me a enfrentar ruas sujas e esburacadas, sem falar no lixo cotidiano nelas jogado por transeuntes sem noção alguma de cidadania, meros habitantes, nefastos usuários da cidade. Passear pelas margens do Mapocho - rio que atravessa um aglomerado de cinco milhões de almas - respirar milagre, suas águas preservam a limpidez com que descem da Cordilheira. Para quem sofre a Beira-Mar Norte de Florianópolis - já nem falo do riacho Ipiranga ou Tietê - o Mapocho mais parece miragem de viajante perturbado pela travessia dos Andes.
Pelo Paseo de la Ahumada, rua Estado, Huérfanos, uma fauna humana e bem vestida (insisto em dizê-la humana, pois os transeuntes das ruas centrais do Rio ou São Paulo, sem ir mais longe, mais parecem animais machucados na luta pela vida) que há muito não se vê nas metrópoles da América Latina. Antes de Santiago, estive em Buenos Aires e a outrora elegante Florida, hoje, proporções à parte, mais parece rua Direita ou Nossa Senhora de Copacabana. Deixada de lado a agressão idiota - mas não perigosa - de cambistas à cata de divisas fortes, senti no centro de Santiago sensação que brasileiro algum pode hoje sentir em nossas capitais: a sensação de segurança. As ruas da capital chilena têm um ar de praça; nela vi velhos, jovens e crianças sentados, degustando sorvetes e o espetáculo da rua em si, tanto à tarde como à noite, sem preocupação alguma com assaltos ou violência gratuita. Para mim, que já penso duas vezes quando em Porto Alegre ao atravessar a Borges e a Praça XV para freqüentar o Chalé à noite, Santiago me fez evocar a Praça da Alfândega dos anos 60, quando filosofávamos madrugada adentro preocupados com a enteléquia aristotélica ou o ser em Sartre, jamais com punhais ou revólveres.
Outra surpresa, e das melhores, os quiosques de jornais e revistas. Penso que tais quiosques são uma excelente amostragem da cultura e liberdade de expressão de um país, neles podemos auscultar que tipo de informação consomem os cidadãos e, ao mesmo tempo, que qualidade ou quantidade de informação não proíbe o Estado de ser consumida. Pois bem: nesta Santiago que imaginava cidade sitiada e sob censura, vi nas bancas uma profusão e diversidade de jornais que sequer encontrei em Paris ou Madri. Jornais em cirílico do Leste europeu, imprensa de toda Europa, Escandinávia, Alemanha, França, Itália, Espanha, Estados Unidos, América Latina, Brasil. Sabendo como esta imprensa toda é gentil a Pinochet, o espanto do turista vira perplexidade. E mais: jornais chilenos malhando, em primeira página, a ditadura. Ocorre-me evocar os quiosques tristes e monocórdios que vi em cidades do Leste europeu, mas nem preciso ir tão longe. Nenhuma banca do Rio ou São Paulo, neste Brasil 88, me oferece tal quantidade e diversidade de informação.
Livrarias imensas, bem sortidas, onde não faltam livros de Fidel Castro ou Garcia Márquez, o mais ferrenho adversário de Pinochet e, curiosamente, defensor incondicional do ditador cubano. Tampouco faltam nas prateleiras obras de José Donoso ou Isabel Allende, isso para citar apenas dois opositores do regime chileno já conhecidos do leitor brasileiro. O que é no mínimo insólito em uma ditadura.
Nas vitrines e gôndolas das mercearias, víveres e bebidas do mundo todo, desde arenques do Báltico a foie gras trufado, dos mais diversos uísques da Escócia a vinhos alemães, franceses, italianos, espanhóis. E chilenos, naturalmente. Preços? Abordáveis. Para se ter uma idéia, pode-se comprar um scotch - com a certeza de que não são da reserva Stroessner - a partir de dez dólares, ou seja, o preço de um Natu Nobilis hoje. Que mais não seja, qual intelectual de esquerda não gostaria de viver em uma sociedade onde uma dose de um bom escocês custa, em bares, um dólar? Conheço não poucos exilados traumatizados com a democrática França de Mitterrand, onde um gole de uísque só é viável a partir dos cinco dólares. Piadas à parte, a farta oferta de tais produtos evidencia uma sociedade habituada a comer bem e com requinte, afinal comerciante algum seria insano a ponto de importar iguarias para turista ver.
Contava eu estas e outra coisas a uma moça ilhoa e bem-nascida, cidadã da Santa e Bela Catarina, dessas que julgam ser todo empresário um canalha, mas que jamais recusam uma cobertura facilitada por um pai empresário, dessas que jamais subiram o morro do Mocotó mas estão preocupadas com a colheita do café na Nicarágua, em suma, falava eu com um espécime típico da raça que chamo de os Novos Cafeicultores, e a objeção - a primeira objeção - caiu como um raio:
- E a miséria? Aposto que não foste visitar os bairros pobres, a periferia de Santiago.
Tinha razão em parte a jovem cafeicultora. Não visitei os bairros pobres de Santiago, afinal se troco as margens do Atlântico pelas do Pacífico, não será para ver miséria que conto meus parcos dólares. Não tenho a psicologia do francês médio, por exemplo, que mal chega ao Brasil, quer visitar favelas. Este comportamento, a meu ver doentio, parece-me ser vício de europeu inculto e de consciência pesada, que insiste em ver a miséria do Terceiro Mundo que explora, para depois contribuir com avos de seu bem-estar para guerrilhas suicidas. Se junto meus trocados para visitar um país, quero receber o que de melhor esse país tem a me oferecer. Nos anos que vivi em Paris, descia certa vez de Montmartre e enveredei pelas ruelas da Goutte d'Or, encrave árabe e paupérrimo que se alastra na cidade como mancha de óleo. Senti-me, de repente, em um território miserável para o qual jamais teria pensado em viajar, que mais não seja não será minha indignação ou revolta que resolverá o problema árabe na França. Dei meia volta, enfurnei-me na primeira boca de metrô e só voltei à superfície na Rive Gauche, a margem que mais me fascina do Sena. Não, não vi a miséria de Santiago. Mas consolei a cafeicultora: podes estar certa de que miséria existe, pois miséria está presente em qualquer metrópole do mundo.
Ela sorriu por dentro, parecia dizer: que bom que existe miséria em Santiago. O que me deixou um tanto perplexo, eu sorriria intimamente se soubesse que não existe miséria em lugar algum do mundo, independentemente de regimes políticos ou ideológicos. Ela, por sua vez, admitia a veracidade de meu relato. Ajuntei que a inflação era de seis por cento. Quando digo isto a um brasileiro, a reação normal é: "seis por cento ao mês?" Acontece que é seis por cento ao ano. Isto é sonho que, brasileiros, já nem ousamos sonhar. Se eu passar a alguém os preços de um restaurante que visitei em Santiago no mês passado, e se este alguém visitar o Chile no ano que vem, é provável que os preços continuem os mesmos ou, no máximo, tenham variado em torno de uns dez por cento a mais. Cá entre nós, não conseguimos recomendar para amanhã um restaurante no qual comemos ontem. Caiu, então, fulminante, a segunda objeção:
- Sim. Mas que preço pagaram os chilenos por este bem-estar?
Houve, no Chile, um assalto marxista e armado ao Estado e negá-lo é paranóia. Deste confronto resultaram, segundo alguns, dez mil mortes. Segundo outros, quarenta mil*. De qualquer forma, um preço infinitamente inferior ao preço pago pelos russos a Josiph Vissarionovitch Djugatchivili - que oscila entre vinte e sessenta milhões de cadáveres - para dar no que deu: uma confederação forçada de países pobres, alguns vivendo a nível de fome, como a Romênia e a Albânia. Bem mais barato que o preço pago pelos cambojanos a Pol Pot: dois milhões e meio de mortos, em um país de cinco milhões de habitantes, e disto não mais se fala. Sem falar que os que ficaram se jogam ao mar em jangadas, enfrentando tempestades, tubarões e piratas, ou já esquecemos os boatpeople? Sem falar nos que matou Castro - número que nenhum Garcia Márquez aventa - para instalar no Caribe seu gulag tropical. Em Cuba também há farta escolha de bebidas e gêneros alimentícios. Mas só o turista pode comprá-los, e com dólar. O cidadão cubano fica chupando no dedo. Nas praias, cheias de peixe, não há atividade pesqueira alguma, pois quem tem barco vai pra Miami.
- Justificas então tais mortes? - quis saber a moça - referindo-se, é claro, aos mortos do Chile, já que tornou-se tácito, para os fanáticos contemporâneos, que é lícito fazer correr sangue de certas pessoas e criminoso o de outras. Em suma, para usar dois conceitos que não me agradam, porque multívocos, é perfeitamente permissível fazer jorrar sangue da assim chamada direita e constitui sacrilégio, quase tabu, sangrar a assim chamada esquerda. Não justifico morte alguma, a humanidade tem pelo menos uns três mil anos de experiência histórica, milênios suficiente, parece-me, para concluirmos que não é matando que se chega a erigir a cidade humana.- Cristaldices! - jogou-me na cara minha cafeicultora, digo, interlocutora. Pode ser. Chamo então um cineasta exilado que voltou clandestinamente ao Chile, em depoimento tomado por Gabriel Garcia Márquez, intitulado A Aventura de Miguel Littín Clandestino no Chile, já traduzido ao brasileiro por Eric Nepomuceno e encontradiço em qualquer livraria. No capítulo significativamente intitulado "Primeira desilusão: o esplendor da cidade", depõe Littín:
- Eu atravessei o salão quase deserto seguindo o carregador que recebeu minha bagagem na saída, e ali sofri o primeiro impacto do regresso. Não notava em nenhuma parte a militarização que esperava, nem o menor traço de miséria. (...) Não encontrava em nenhuma parte o aparato armado que eu tinha imaginado, sobretudo naquela época, com o estado de sítio. Tudo no aeroporto era limpo e luminoso, com anúncios em cores alegres e lojas grandes e bem sortidas de artigos importados, e não havia à vista nenhum guarda para dar informação a um viajante extraviado. Os táxis que esperavam lá fora não eram os decrépitos de antes, e sim modelos japoneses recentes, todos iguais e ordenados.
Mais adiante:
- Na medida em que chegávamos perto da cidade, o júbilo com lágrimas que eu tinha previsto para o regresso ia sendo substituído por um sentimento de incerteza. Na verdade o acesso ao antigo aeroporto de Los Cerrillos era uma estrada antiga, através de cortiços operários e quarteirões pobres, que sofreram uma repressão sangrenta durante o golpe militar. O acesso ao atual aeroporto internacional, em compensação, é uma auto-estrada iluminada como nos países mais desenvolvidos do mundo, e isto era um mau princípio para alguém como eu, que não só estava convencido da maldade da ditadura, como necessitava ver seus fracassos na rua, na vida diária, nos hábitos das pessoas, para filmá-los e divulgá-los pelo mundo. Mas a cada metro que avançávamos, o desassossego original ia se transformando numa franca desilusão. Elena (militante da esquerda chilena que acompanha Littín) me confessou mais tarde que ela também, ainda que estivesse estado no Chile várias vezes em épocas recentes, tinha padecido o mesmo desconcerto.
Coragem, leitor de esquerda. Adelante! Leiamos Littín, só mais um pouquinho:- Não era para menos. Santiago, ao contrário do que contavam no exílio, aparecia como uma cidade radiante, com seus veneráveis monumentos iluminados e muita ordem e limpeza nas ruas. Os instrumentos de repressão eram menos visíveis do que em Paris ou Nova York. A interminável Alameda Bernardo O'Higgins abria-se frente a nossos olhos como uma corrente de luz, vinda lá da histórica Estação Central, construída pelo mesmo Gustavo Eiffel que fez a torre de Paris. Até as putinhas sonolentas na calçada oposta eram menos indigentes e tristes do que em outros tempos. De repente, do mesmo lado em que eu viajava, apareceu o Palácio de La Moneda, como um fantasma indesejado. Na última vez que eu o tinha visto, era uma carcaça coberta de cinzas. Agora, restaurado e outra vez em uso, parecia uma mansão de sonho ao fundo de um jardim francês.
Fico por aqui. Se o leitor ainda alimenta dúvidas, que visite o Chile, preferentemente após ter deambulado por Havana. O homem só conhece comparando. Para finalizar, apenas mais uma observação, não minha, mas de Littín, que talvez elucide a prosperidade atual de seu país.
- Uma das primeiras medidas que ele (Allende) tomou no governo foi a nacionalização das minas. Uma das primeiras medidas de Pinochet foi privatizá-las outra vez, como fez com todos os cemitérios, os trens, os portos e até o recolhimento do lixo.
O que esclarece, a meu ver, o fascínio das ruas de Santiago.
Tuesday, December 12, 2006
Tratamento de esgotos e mercado
Silber acredita que há um mercado muito grande para novos negócios na área ambiental, pois todas as empresas que passam pela certificação ISO 14000 são obrigadas a fazer o tratamento de efluentes. "Toda companhia é responsável pelo dejeto que ela gera", relata. Victor Jaworski, diretor da Pluritech, sustenta a idéia de que o mercado de tratamento de esgotos ainda tem muito a crescer. Segundo ele, 70% do esgoto é coletado no Brasil – mas apenas 8% desse total é tratado.
Para tratar o esgoto, a Puritech utiliza bactérias naturais que se alimentam dos resíduos. Como resultado da operação, resta água, gás carbônico e sais minerais. "Essa água pode ser reutilizada em outros processos", informa Jaworski. Segundo ele, o índice de purificação fica entre 95% e 97% do total do esgoto. "O restante é um lodo que também é utilizável no processo de endurecimento da indústria cerâmica", afirma. O sistema já despertou o interesse de alguns investidores na capital gaúcha e, segundo Silber, os primeiros empreendimentos serão realizados em 2007. "É um sistema que interessa tanto o poder público quanto a iniciativa privada", ressalta Silber. (Guilherme Damo)
Links relacionados:Construtora TedescoPuritech
"Ilha de calor" em Atlanta
Urban Heat Island: Atlanta, Georgia
High-resolutionImages:
True-color (960 kB JPEG)
Temperature (1.1 MB JPEG)
Urbanization does more than just transform ecosystems, it also changes fundamental variables that influence weather and climate, such as land surface temperature, surface roughness, and evaporation. For many years scientists have documented the changes in land surface temperature that result when natural or agricultural vegetation is replaced with parking lots, streets, buildings. Urban areas can be up to 8 degrees warmer than surrounding suburban or natural landscapes. This urban heat island affects not only the amount of energy a city needs to keep its residents cool and comfortable, but it also appears to influence where and how much it rains in the vicinity.
This pair of Landsat satellite images provides two views of urban Atlanta, Georgia, on September 28, 2000; the urban core is in the center of the images. The top image is a photo-like view of the area, where trees and other vegetation are green, roads and dense development appear cement-gray, and bare ground appears tan or brown. The bottom image is a land surface temperature map, in which cooler temperatures are yellow and hotter temperatures are red. Because vegetation cools the surface through evaporation of water, the most densely vegetated areas (darkest green in top image) are the coolest areas (palest yellow in bottom image). Where development is densest, the land surface temperature is near 30 degrees Celsius (86 degrees Fahrenheit).
Scientists suspect that the urban heat island effect may be one of the factors behind several studies showing that cities influence rainfall in their surrounding area. The heating of the surface and the overlying air creates instability in the atmosphere that encourages air to rise. As it rises, it cools, and water vapor condenses into rain that falls downwind of the city. Since the launch of the Tropical Rainfall Measuring Mission satellite—a joint NASA-Japanese mission—, observations of rainfall in the Studies of regional rainfall patterns in the U.S. Southeast have shown that rainfall downwind of major urban areas can be as much as 20 percent greater than it is upwind areas. To learn more about how the urban heat island and other city traits such as pollution and topography may be influencing rainfall, please read the feature story Urban Rain.
NASA images by Marit Jentoft-Nilsen, based on Landsat-7 data.
http://earthobservatory.nasa.gov/Newsroom/NewImages/images.php3?img_id=17489
Monday, December 11, 2006
Energia: Brasil, Japão
Mais empregos no Brasil. De modo sustentável econômica e ambientalmente...
11 de dezembro de 2006 - 09:14
Japão pode usar álcool brasileiro a partir de 2010
Por poluir menos, de acordo com o Protocolo de Kyoto, o Japão deve passar a importar 3 bilhões
de litros de álcool por ano da Petrobras daqui a quatro anos
EFE
TÓQUIO - Algumas centrais de energia elétrica do Japão começarão a utilizar o álcool produzido pela Petrobras a partir de 2010, informa a imprensa japonesa nesta segunda-feira.
O Japão produz atualmente dois terços da eletricidade que consome em estações térmicas operadas com combustíveis fósseis como carvão, petróleo ou gás natural, e, embora o álcool seja mais caro a curto prazo, seu uso é necessário para reduzir a poluição, segundo o jornal Nihon Keizai.
A Petrobras trabalhará com a importadora japonesa Mitsui para enviar 3 bilhões de litros por ano ao Japão, segundo o jornal, que menciona a Tokyo Electric Power como uma das empresas interessadas em usar o álcool em suas centrais.
O álcool é considerado uma substância livre de dióxido de carbono pelo Protocolo de Kyoto (sobre o reaquecimento atmosférico), já que o cultivo de cana-de-açúcar absorve os gases causadores do calor.
O Brasil, o primeiro produtor mundial de álcool, planeja duplicar sua produção do combustível a 30 bilhões de litros até 2014, segundo a mesma fonte.
http://www.estadao.com.br/ultimas/economia/noticias/2006/dez/11/65.htm
Thursday, December 07, 2006
Realistas Vs. Neocons
Mudanças na política externa norte-americana. Até que enfim!
a.h
Com Robert Gates, realistas vencem em Washington
Caio BlinderDe Nova York
Robert Gates foi confirmado como novo secretário de Defesa dos EUA
Sai o otimismo petulante, entra o bom senso. Na terminologia mais árida da política externa americana, os neoconservadores idealistas cedem lugar para os realistas cautelosos, representados por veteranos profissionais do serviço público como o novo secretário de Defesa Robert Gates.
O óbvio pode ser espetacular como, por exemplo, quando na sua sabatina de confirmação no Senado na terça-feira, Gates admitiu que os EUA não estão ganhando a guerra no Iraque. Isto é realismo, o mero bom senso.
George W. Bush ainda está aí, mas não mais sua doutrina voluntarista que prega mudanças a toque de caixa, sem um apropriado planejamento militar ou cuidadosa arquitetura política.
Realismo é uma teoria acadêmica que professa a necessidade de um país conduzir sua política externa levando em conta muito mais seus interesses do que seus valores.
Negociação com inimigos
Um mestre da "realpolitik" é Henry Kissinger, que junto com Richard Nixon engendrou o estabelecimento de relações diplomáticas dos EUA com a China comunista nos anos 70.
Os realistas conversam e negociam com inimigos. Não é à toa que na ordem-dia está a pressão crescente para que os americanos tenham um diálogo como o Irã.
Rótulos são complicados. Ronald Reagan enfrentou e negociou com o "império do mal" soviético. Foi um idealista realista.
Com sua petulância, os neoconservadores carecem de finesse política. Um ótimo exemplo: John Bolton, embaixador dos EUA nas Nações Unidas, prestes a ser mais um neoconsevador desempregado.
Para Bolton e companhia, o valor supremo é exportar um modelo de democracia e refazer o mapa-múndi, se necessário pela força e desdenhando o multilateralismo e as tradicionais alianças americanas.
Bom senso
Realismo significa bom senso e não suavidade. A pedra-de-toque da Doutrina Bush é o ataque preventivo. Será de difícil aplicação depois do aventureirismo no Iraque. Mas não pode ser descartado mesmo com a ascensão dos realistas ao centro do poder.
Como lembrou recentemente a revista Time, Robert Gates era um resoluto anticomunista que apoiou medidas agressivas contra os sandinistas na Nicarágua no começo dos anos 80 e que no governo do primeiro presidente Bush se alinhava com freqüência com um secretário de Defesa chamado Richard Cheney.
Aliás, Cheney e Donald Rumsfeld (que cederá o emprego para Gates) não podem ser rotulados de neoconservadores. Melhor considerá-los nacionalistas agressivos, que se aliaram com os neoconservadores.
As duas alas fizeram a cabeça de Bush, que quando assumiu o poder em janeiro de 2001 prometera uma política externa "humilde".
Estudo sobre o Iraque
Resta saber se Bush está recolocando a cabeça no lugar ao convocar profissionais como Gates e se escutará as recomendações de James Baker, à frente da comissão bipartidária que divulgou seu estudo sobre o Iraque nesta quarta-feira.
Gates e Baker integraram a equipe do primeiro presidente Bush, um realista e internacionalista, por excelência. Para este time, expressões como estabilidade tem mais peso do que cruzadas democráticas.
Gates é discípulo do "velho sábio" da escola realista, Brent Scowcroft, que foi assessor de segurança nacional do primeiro presidente Bush e que não teve constrangimento para criticar as folias do atual governo.
Os neoconservadores em queda estão evidentemente desolados com a ascensão dos realistas. Com otimismo, eles esperam que Bush faça apenas alguns ajustes cosméticos na sua política externa, mas também se dobram à realidade.
Um deles, Frank Gaffney, disse ao jornal britânico The Times que a escolha de Robert Gates representa o "começo da regência Baker".
Nestas intrigas palacianas, há um grande mistério: qual será o papel do vice-presidente linha-dura Richard Cheney em uma nova ordem? É difícil imaginar que um ator político que tem atuado virtualmente como primeiro-ministro se resigne realisticamente a ser um vice-presidente tradicional e decorativo.
Flato aéreo
E para que o crédito pelo aquecimento global não fique apenas com os bovinos...
Um avião da American Airlines fez um pouso de emergência em Nashville depois que passageiros alertaram a tripulação sobre um cheiro de enxofre e palitos de fósforo queimados na aeronave.
Os fósforos foram encontrados no assento de uma mulher que tinha tentado disfarçar o odor de flatulência acendendo os fósforos, informaram as autoridades do aeroporto.
Todos os 99 passageiros e a tripulação tiveram de desembarcar enquanto o avião era revistado.
A mulher foi interrogada pelo FBI, a polícia federal americana, e depois foi liberada sem ser indiciada para embarcar em um outro vôo da companhia.
"Foi estabelecido que ela estava tentando esconder odores corporais", disse Lynne Lowrance, porta-voz da Nashville Airport Authority.
Não houve "intenção maliciosa", disse a porta-voz. "Mas ela acendeu fósforos, o que é contra as normas", acrescentou.
A mulher, cujo nome não foi divulgado, sofre de uma condição médica não especificada, disse a agência de notícias Associated Press.
A passageira portava em sua bagagem de mão fósforos de segurança, o que não viola as regras da Transport Security Administration, entidade que controla a segurança em aeroportos americanos.
Os fósforos, entretanto, não podem ser acesos no avião.
União Norte-Americana
Discordo veementemente do conteúdo da mensagem abaixo. Formar uma União Norte-Americana é sim, um significativo passo construtivo em direção a uma Globalização dos mercados e dos POVOS! Se isto procede, estou com Bush.
Qual o problema? Xenofobia aos latinos, aos árabes também?? Sigamos o exemplo da União Européia...
a.h
North American Union. G. W. Bush, Enemy Of The State.
November 30th, 2006
Pres. Bush is trying hard to sell out America before his tenure ends. We need to start impeachment proceedings on him now!
“President Bush’s plan to create a North American Union (NAU) by merging the United States, Canada and Mexico into one EU-like nation has been kept quiet. This stealth plan has had an almost complete media blackout in all countries involved. In fact, the White House is denying that any such plan to merge the three nations together is even taken place.
Some lawmakers have already introduced legislation that would prohibit President Bush to join in any such agreement without a Congressional vote. The newest of these lawmakers is Arizona Republican Karen Johnson who has stated that the signs of Bush’s NAU plans are already coming into existence. These plans include the creation of a superhighway corridor, an inland port in Kansas and the lack of building border fences to prohibit illegal immigration.”
If the story is untrue, does anyone believe that members of Congress would be taking action to pass a bill preventing it?
This finally explains why Bush has done absolutely nothing to stop the flood of illegal aliens.
Remember when Bush wanted to SELL OUR PORTS TO ARABS? Well, now he wants to sell our airports to outside interests. I haven’t been able to find any references on the Web yet, I caught a comment on this from Lou Dobbs on CNN and will post an update as soon as I can get one.
George Bush acts like a hostile foreign agent. He is utterly uncaring of the welfare of America and repeatedly acts without authority of Congress, in violation of our laws and against the interests of the United States. This guy has got to go.
PUM PUM PUM e CALOR
O aumento do efeito estufa é culpa dela???
Ocorre que o sistema digestivo dos ruminantes produz grandes quantidades do gás metano (CH4) que são liberadas na atmosfera – digamos – pelo método natural. Para quem não sabe, o metano possui um poder de aquecimento global 23 vezes maior que o CO2, tido como o maior vilão para o fenômeno.
Mas isso não é tudo. Segundo o relatório da FAO, os ruminantes produzem ainda o potentíssimo gás de óxido nitroso (N2O), que tem um poder aquecedor 296 vezes maior que o CO2 (o relatório não faz referências sobre o poder odorífico do gás).
Adicionalmente, os ruminantes são acusados de causarem chuva ácida uma vez que, segundo ainda o relatório da FAO, eles são responsáveis por 64% da emissão global de amônia.
Em suma, o relatório afirma que os gases do esterco e da flatulência dos animais, o desmatamento para criar pastagem e a energia usada nas fazendas fazem com que a pecuária responda por 18% dos gases do efeito estufa.
O relatório, convenientemente intitulado "A grande sombra da pecuária", foi produzido por Henning Steinfeld. Ele sugere medidas urgentes para o setor resolver esse grave problema, uma vez que a produção global de carne mais que dobrará, passando dos 229 milhões de toneladas entre 1991-2001 para 465 milhões de toneladas até 2050, acompanhada de alta similar na produção de leite. "A pecuária é um dos causadores mais significativos dos problemas ambientais mais sérios da atualidade", disse o autor.
Dentre as recomendações para diminuir o problema, a FAO cita a melhoria substancial da dieta dos ruminantes para reduzir a fermentação e as conseqüentes emissões do potente metano. Não foi cogitado o desenvolvimento de algum inventivo sistema coletor que, seguramente, poderia ser adaptado às vacas européias estabuladas e, de quebra, geraria eletricidade de fonte ambientalmente amigável.
Com tanto metano sendo liberado, não causará surpresa se o Brasil, um dos maiores produtores e exportadores de carne, seja em breve apontado como vilão do aquecimento global causado por pum de vaca.
Notas:[1]Pecuária representa 18% do efeito estufa, diz FAO, Valor, 30/11/06
Tríplice Fronteira
O governo dos Estados Unidos incluiu nesta quarta-feira, em sua lista de colaboradores com o terrorismo, nove pessoas e duas entidades que financiam a organização terrorista xiita Hezbollah, e que atuam na tríplice fronteira de Brasil, Argentina e Paraguai. A divulgação da medida foi feita pelo Departamento do Tesouro norte-americano. Os incluídos na lista ficam proibidos de desenvolver operações comerciais ou financeiras com pessoas e entidades dos Estados Unidos. As ações também incluem o congelamento de todas as contas bancárias e outros ativos que estas pessoas ou empresas tenham nos Estados Unidos. O Departamento do Tesouro assinalou que os novos incluídos arrecadavam fundos para a rede de Assad Ahmad Barakat, que funciona na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai. A organização de Barakat é uma das maiores fornecedoras de dinheiro para a organização terrorista Hezbollah, segundo o diretor do Escritório para o Controle de Ativos Estrangeiros dessa secretaria, Adam Zsubim.
Tráfego aéreo
A Varig anunciou que comprará 16 aviões assim que as autoridades permitam que a empresa retome suas operações, afirmou João Luiz Bernes de Souza, presidente da VarigLog. leiamais
VARIG DEMITE TODOS OS FUNCIONÁRIOS NO PARAGUAIA Varig demitiu todos os seus empregados no Paraguai, encerrando as operações no país. leiamais
POLÍCIA FEDERAL AFIRMA QUE CONTROLADORES DE VÔO COMETERAM ERRO FATAL NA TRAGÉDIA DO BOEING DA GOLAs investigações da Polícia Federal apontam uma série de falhas e omissões dos controladores de vôo de Brasília e de São José dos Campos (SP) na consumação do desastre do Boeing da Gol que colidiu em vôo com o jatinho Legacy no dia 29 de setembro. leiamais
EMBRAER QUER AMPLIAR O SEGMENTOS DOS JATINHO SO plano estratégico da Embraer prevê o aumento da participação do segmento de jatos executivos na receita da empresa para cerca de 20% dentro de cinco anos. leiamais
Ano IV - n.° 845
APAGÃO AÉREO É PREVIA DO SEGUNDO MANDATO Governo inteiro foi sucateado entre 2003 e 2006
Não só o apagão aéreo atual – mas o próprio desastre do Boeing da Gol com 154 mortos – são conseqüência do total descalabro da administração federal do setor, com o sucateamento dos equipamentos de controle de vôo, com mais de 20 anos de uso e que o Governo Lula não substituiu para aplicar o dinheiro em obras que favoreciam empreiteiras e podia dar margem à corrupção. O episódio setorial repete-se no Governo inteiro.Esta é a síntese de todos os relatórios e que consagrou a terça feira, 5 de dezembro de 2006, como “o pior dia da história da aviação”, (manchete do jornal O Globo) tornando-a uma das datas vergonhosas do Brasil. A situação é agravada pela incompetência – “ensandecido” é o qualificação mais leve usada pelos analistas – do Ministro da Defesa, Waldir Pires, que estimulou os controladores de vôo a se aproveitarem do caos para pressionar por mudanças trabalhistas e garantias nas investigações sobre o desastre do Boeing da Gol que apontam para falhas, humanas e de equipamento, do sistema de controle do espaço aéreo brasileiro. O relatório do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias ontem ao Palácio do Planalto é tão “desolador e demolidor” que não pode ser divulgado.
GOVERNO SE PREPARA PARA DESVIAR 1 BILHÃO DA AVIAÇÃO Governo usa o orçamento para escamotear dinheiro de dois fundos
O Governo Lula foi apanhado com as calças na mão: a proposta do orçamento federal para 2007 “esteriliza” mais de 50% dos recursos dos Fundos Aeroviário e Aeronáutico que devem arrecadar mais de 1 bilhão em 2007.Esse dinheiro, que deveria ser aplicado na melhorias das condições de vôo, pois é gerado totalmente pelo setor aéreo é escondido propositalmente (se não for incluído no orçamento não pode ser gasto) para fazer caixa e encobrir os rombos do exercício fiscal, ou seja, o que Governo gasta além do que arrecada.Técnicos do Congresso estão fazendo um levantamento em profundidade dos recursos necessários à atualização do serviço de segurança de vôo e que foi deixado no Ministério da Defesa pelo ex-ministro Viegas, mas que o atual Ministro Waldir Pires nem ao menos conhece.O Governo reconhece que Waldir Pires meteu os pés pelas mãos e admite que calculou mal a entrega do Ministério da Defesa ao velho político baiano, nomeado com uma espécie de aposentadoria. Sem a pressão do Ministro responsável pela área, os técnicos da Fazenda simplesmente escondem o dinheiro.
SE A ELEIÇÃO FOSSE HOJE. AGRIPINO ESTAVA ELEITO Governo joga tudo, mas somente se complica
Um coro aparentemente gozador de “Paga já!” “Paga já!” marcou uma reunião fechada de deputados e senadores da base governista na primeira reunião para montagem de uma chapa comum para as presidências da Câmara e do Senado. Solicitados a apresentar o preço do apoio de cada um – as condições para apoiarem os candidatos do Governo – foram avisados de que Lula decidiu só “pagar” as contrapartidas depois da eleição para as mesas do Congresso.Esse clima (que já se revelou na eleição para a vaga reservada à Câmara no Tribunal de Contas da União) indica que o senador Agripino Maia seria eleito facilmente Presidente do Senado se a eleição fosse hoje.Generaliza-se no Congresso a apreensão de que Lula pretende usar o controle das mesas para impor as chamadas “reformas bolivarianas” já aplicadas por Chávez na Venezuela e Evo Morales na Bolívia e que lhe garantiriam manter-se indefinidamente no poder.Com Agripino na Presidência do Senado – e reconhecida sua capacidade de liderança e extrema confiança da maioria dos senadores – Lula teria reais dificuldades de manobrar. Por isso a candidatura Agripino se consolida e tende a crescer. O Senado não quer o suicídio.