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O presente blog, Geografia Conservadora servirá mais como arquivo e registro de rascunhos.
a.h

Sunday, October 30, 2005

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Greenpeace é multado, mas na Dinamarca

Rio, 13/jun/05 – Dia 10 passado, a justiça dinamarquesa multou o Greenpeace em 4 mil euros (US$ 4.900) por um protesto contra a utilização de transgênicos em ração para suínos realizado pela ONG neste país em outubro de 2003. A condenação do Greenpeace foi a primeira promulgada sob a nova lei antiterror que está em vigor na Dinamarca após os ataques terroristas de setembro de 2001 em Nova York.
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Quinze ativistas do Greenpeace invadiram a sede da Associação de Agricultura da Dinamarca e penduraram cartazes em janelas onde se lia “Não a OGM para suínos”, o que valeu a cada um uma multa de 1.500 coroas dinamarquesas por violação da paz doméstica. Mads Christensen, porta-voz do Greenpeace na Dinamarca, declarou à imprensa que o grupo “estava chocado com o julgamento” e temia por impactos negativos no trabalho da ONG na País. [1]
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Por outro lado, em entrevista concedida à revista Terramérica [2], Gerd Leipold, diretor-executivo do Greenpeace Internacional desde 2001, declarou que, apesar do desgaste, o protesto pacífico (sic) continuará sendo o principal motor da ONG, eufemismo para mencionar as conhecidas “ações diretas” de seus ativistas profissionais cuidadosamente planejadas para obter a máxima “centimetragem” na mídia, ou seja, marketing para angariar mais membros contribuintes.
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Leipold revelou que o faturamento do Greenpeace em 2004 alcançou a espantosa cifra de 201 milhões de dólares e que seus 2,8 milhões de membros contribuintes são, praticamente, de países desenvolvidos. Confrontado com a queda brutal deste contingente, que já foi de 4,8 milhões, Leipold saiu pela tangente alegando que as antigas estatísticas “não eram tão boas e rígidas como agora” e revelou que em toda a América Latina a ONG conta com escassos 69.074 membros e menos ainda – 41.522, em toda a Ásia.
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Frente à esta enorme diferença numérica de membros entre regiões desenvolvidas e emergentes, Leipold deixa entrever que o público na Europa e nos Estados Unidos está cansado das ações de protesto da ONG e que estas foram então deslocadas para a América Latina e Ásia. Assim, não surpreende que o Greenpeace tenha definido como prioritária sua milionária campanha na Amazônia, região que exerce, reconhecidamente, uma enorme atração emocional em seus endinheirados membros do Norte. A “proteção” das florestas em si é importante, mas como peça de marketing. [050613a]

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1. "ONG americana é suspeita de biopirataria no Brasil", O Estado de São Paulo, 09/06/2005

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2. "Os dias de glória não terminaram", Terramérica, 13/06/05

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http://www.alerta.inf.br/06_2005/050613a.htm
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